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Alemanha suspende participação em resgates no Mediterrâneo

22/01/2019 18h39

Operação Sophia da União Europeia, que combate o tráfico de pessoas na costa da Líbia desde 2015, não poderá mais contar com embarcações alemãs.A Alemanha suspendeu sua participação na Operação Sophia da União Europeia, de combate ao tráfico de pessoas no Mar Mediterrâneo. Após o envio da fragata Augsburg para se juntar à operação, no início de fevereiro, nenhuma outra embarcação do país participará das patrulhas na costa da Líbia.

A operação foi lançada em 2015 com o objetivo de prender traficantes e interromper a cadeia do tráfico no Mediterrâneo. Ao mesmo tempo, se fornece treinamento para a Guarda Costeira da Líbia e se reforça o embargo sobre o comércio de armas com o país no norte africano, onde milícias rivais disputam o vácuo de poder criado após o fim da ditadura de Muammar Kadafi.

A Bundeswehr (Forças Armadas na Alemanha) informou que a operação da UE levou à prisão de mais de 140 suspeitos de tráfico de pessoas e resultou na destruição de mais de 400 embarcações. Os navios que integram frota europeia têm autorização para abordar e realizar buscas em barcos em águas internacionais, os quais podem ser confiscados e entregues a um dos Estados-membros da UE.

Milhares de embarcações partem da costa da Líbia rumo à Europa todos os anos. Até o momento, em torno de 49 mil migrantes já foram resgatados. Antes, eles eram trazidos para a Itália, segundo as normas da operação estipuladas em 2015. Com a mudança de governo em junho de 2018, porém, Roma passou a recusar as embarcações com refugiados do norte da África.

Como declarou no último domingo (19/01) o ministro do Interior do novo governo populista de direita da Itália, Matteo Salvini, a Guarda Costeira da Líbia obrigou 393 migrantes a retornarem ao país.

Desde maio de 2015 os soldados da Marinha alemã resgataram em torno de 22,5 mil pessoas em situação de perigo no Mediterrâneo. A fragata Augsburg deveria ser substituída pelo navio de abastecimento Berlin, o qual se encontra agora de prontidão, caso seja tomada uma nova decisão.

Apesar de não enviar mais navios para o Mediterrâneo, a Alemanha manterá dez soldados na base de operações, além de outros num navio-guia. O nome Sophia é uma homenagem a uma menina somaliana nascida a bordo da fragata alemã Schleswig-Holstein em agosto de 2015. Em dezembro, o mandato da operação fora renovado por mais três meses.

RC/dpa

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