Facebook pagou adolescentes por acesso a dados pessoais, diz site
Empresa desembolsou até US$ 20 mensais a usuários, entre eles menores de idade, para que instalassem aplicativo que dá acesso a mensagens privadas, e-mails, fotos e vídeos enviados para amigos e histórico de navegação.O Facebook fez pagamentos a usuários, incluindo adolescentes, para ganhar amplo acesso aos dados de seus smartphones e coletar informações pessoais, noticiou o blog de tecnologia TechCrunch nesta terça-feira (29/01).
A empresa pagou até 20 dólares por mês para que internautas de 13 a 35 anos instalassem o aplicativo "Facebook Research" em iPhones e aparelhos com Android, obtendo assim dados sobre seus hábitos online.
Não está claro em que informações exatamente o Facebook estava interessado, mas a empresa obtinha acesso a mensagens privadas em redes sociais e aplicativos de mensagens instantâneas - incluindo fotos e vídeos enviados -, e-mails, histórico de navegação na internet, histórico de buscas e até mesmo à localização dos usuários. O Facebook também teria pedido que usuários capturassem imagens do seu histórico de compras na varejista online Amazon.
O programa era administrado por terceiros, e o envolvimento do Facebook nem sempre estava claro para os usuários, segundo o TechCrunch, que afirmou ter conduzido uma investigação a respeito.
Questionado pelo blog, um porta-voz do Facebook negou que a empresa tenha tentado ocultar seu envolvimento e disse que não estava espionando os usuários, afirmando que todos os participantes consentiram a coleta dos dados.
"Não havia nada 'secreto' a respeito disso; o aplicativo era chamado, literalmente, Facebook Research. Ele não estava 'espionando', já que todas as pessoas que aceitaram participar passaram por um processo de adesão, que pedia sua permissão, e foram pagas para participar."
De acordo com a empresa, usuários com menos de 18 anos de idade devem obter aprovação dos pais por meio de um formulário. Segundo o porta-voz, menos de 5% dos participantes do programa de pesquisa de mercado eram adolescentes.
Após a publicação da reportagem pelo blog, o Facebook afirmou que iria desativar a versão do aplicativa para iOS, o sistema operacional da Apple. O Facebook não esclareceu em que países o aplicativo estava sendo utilizado.
Segundo o TechCrunch, o programa é semelhante a um aplicativo mais antigo que a Apple decidiu banir em junho e que saiu do ar em agosto passado, o Onavo Protect.
Na época, a Apple atualizou suas políticas de desenvolvimento para proibir que aplicativos coletassem dados sobre a utilização de outros programas instalados em um aparelho ou informações que não fossem essenciais para o funcionamento de determinado aplicativo. A Apple informou o Facebook sobre a mudança, levando a plataforma a remover o Onavo Protect da loja de aplicativos da Apple.
De acordo com o TechCrunch, o Facebook Research podia ser instalado por usuários sem que eles tivessem que passar pela loja de aplicativos da Apple, e foi disponibilizado a partir de 2016.
O blog afirma que o Facebook está particularmente interessado em saber o que adolescentes fazem com seus smartphones devido à crescente migração de usuários dessa faixa etária para os aplicativos Snapchat, YouTube e Instagram, que foi adquirido pelo Facebook.
PJ/dpa/ots
______________
A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube
| WhatsApp | App | Instagram | Newsletter
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.