Aliança de centro-direita europeia suspende partido de Orbán
Grupo conservador do Parlamento Europeu toma decisão após legenda do primeiro-ministro da Hungria atacar em campanha Bruxelas e o correligionário Jean-Claude Juncker.A principal aliança de centro-direita no Parlamento Europeu, o Partido Popular Europeu (PPE), decidiu nesta quarta-feira (20/03) suspender "com efeito imediato" o Fidesz, a legenda do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán. A suspensão ocorre depois de uma longa disputa sobre valores e política dentro do grupo.
"O PPE decidiu suspender a filiação do Fidesz. Na prática, isso significa que o Fidesz não pode apresentar candidatos a cargos no partido, não pode votar em qualquer tipo de assembleia do PPE, e não está autorizado a participar de reuniões", anunciou o líder do grupo parlamentar conservador, Manfred Weber.
Segundo Weber, a decisão foi difícil, mas necessária. As críticas a Órban, devido às suas posições autoritárias, eurocéticas e contrárias a politica migratória europeia, não são recentes, mas a gota d'água foi uma campanha anti-imigração promovida pelas autoridades húngaras.
Intitulada "Você também tem o direito de saber o que Bruxelas está planejando", a campanha do Fidesz foi veiculada em outdoors e anúncios de página inteira nos jornais e tinha o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, membro do PPE, como um dos alvos. Diante das críticas, Órban pediu desculpas, porém, afirmou que "idiotas uteis" pediam a expulsão de seu partido da aliança.
O processo para afastar o Fidesz foi desencadeado por 14 partidos de 12 países, que pediram a suspensão ou expulsão do partido nacional-conservador populista de direita que governa a Hungria desde 2010.
A suspensão foi aprovada por 190 votos a favor, três contra e um nulo. A assembleia política, em Bruxelas, deu o aval assim à proposta apresentada pela liderança do partido que determina que o Fidesz perderá "todos os direitos enquanto partido-membro", sendo estabelecida agora uma comissão de avaliação para monitorar a aplicação das condições básicas estabelecidas por Weber numa carta endereçada a Órban em 05 de março.
A comissão será liderada pelo ex-presidente do Conselho Europeu Herman Van Rompuy, que determinará se o Fidesz cumpriu as condições para ser reintegrado na aliança. Entre as determinações de Weber estão a retirada do material polêmico da campanha das eleições para o Parlamento Europeu, o reconhecimento da legenda que causou danos políticos consideráveis com a ação e a reabertura da Universidade Centro Europeia (CEU), fundada pelo magnata George Soros.
Além destas exigências, a comissão avaliará também o respeito ao Estado de Direito e aos valores do PPE, assim como a implementação da resolução de emergência da aliança "Proteção dos Valores da União Europeia e Salvaguarda da Democracia".
"Nós voluntariamente concordamos em suspender nossa participação", afirmou Órban depois da decisão. O primeiro-ministro completou ainda que depois das eleições o Fidesz reavaliará suas posições.
Os europeus vão às urnas entre 23 e 26 maio para escolher os novos representantes do Parlamento do bloco.
CN/rtr/lusa/ap
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"O PPE decidiu suspender a filiação do Fidesz. Na prática, isso significa que o Fidesz não pode apresentar candidatos a cargos no partido, não pode votar em qualquer tipo de assembleia do PPE, e não está autorizado a participar de reuniões", anunciou o líder do grupo parlamentar conservador, Manfred Weber.
Segundo Weber, a decisão foi difícil, mas necessária. As críticas a Órban, devido às suas posições autoritárias, eurocéticas e contrárias a politica migratória europeia, não são recentes, mas a gota d'água foi uma campanha anti-imigração promovida pelas autoridades húngaras.
Intitulada "Você também tem o direito de saber o que Bruxelas está planejando", a campanha do Fidesz foi veiculada em outdoors e anúncios de página inteira nos jornais e tinha o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, membro do PPE, como um dos alvos. Diante das críticas, Órban pediu desculpas, porém, afirmou que "idiotas uteis" pediam a expulsão de seu partido da aliança.
O processo para afastar o Fidesz foi desencadeado por 14 partidos de 12 países, que pediram a suspensão ou expulsão do partido nacional-conservador populista de direita que governa a Hungria desde 2010.
A suspensão foi aprovada por 190 votos a favor, três contra e um nulo. A assembleia política, em Bruxelas, deu o aval assim à proposta apresentada pela liderança do partido que determina que o Fidesz perderá "todos os direitos enquanto partido-membro", sendo estabelecida agora uma comissão de avaliação para monitorar a aplicação das condições básicas estabelecidas por Weber numa carta endereçada a Órban em 05 de março.
A comissão será liderada pelo ex-presidente do Conselho Europeu Herman Van Rompuy, que determinará se o Fidesz cumpriu as condições para ser reintegrado na aliança. Entre as determinações de Weber estão a retirada do material polêmico da campanha das eleições para o Parlamento Europeu, o reconhecimento da legenda que causou danos políticos consideráveis com a ação e a reabertura da Universidade Centro Europeia (CEU), fundada pelo magnata George Soros.
Além destas exigências, a comissão avaliará também o respeito ao Estado de Direito e aos valores do PPE, assim como a implementação da resolução de emergência da aliança "Proteção dos Valores da União Europeia e Salvaguarda da Democracia".
"Nós voluntariamente concordamos em suspender nossa participação", afirmou Órban depois da decisão. O primeiro-ministro completou ainda que depois das eleições o Fidesz reavaliará suas posições.
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