Comediante e presidente vão disputar 2° turno na Ucrânia
Boca de urna aponta que Volodymyr Zelensky - astro de uma série cômica sobre um professor que vira presidente do país - ficou à frente do atual mandatário, Petro Poroshenko, na primeira rodada das eleições.O comediante Volodymyr Zelensky e o atual presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, devem disputar o segundo turno das eleições presidenciais, apontou uma pesquisa de boca de urna divulgada logo depois do fechamento das urnas neste domingo (31/03), , informou a emissora de televisão ucraniana 1+1.
Zelensky, que fez sua estreia política neste pleito, deve ficar com cerca de 30% dos votos, enquanto Poroshenko deve receber pouco mais de 18%. Tanto Zelensky quanto Poroshenko basearam suas campanhas em propostas de aproximar a Ucrânia ainda mais da União Europeia.
A pesquisa também apontou que a ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko deve receber pouco mais de 14% dos votos, ficando fora do segundo turno. Um total de 39 candidatos se apresentou nas eleições presidenciais. O modelo de eleição é similar ao do Brasil. Se nem um receber mais de 50% dos votos válidos, a votação passa para um segundo turno com os dois candidatos que terminaram na liderança.
Esta é a primeira eleição presidencial da Ucrânia desde o pleito antecipado de maio de 2014, que foi motivado pela fuga para a Rússia do então presidente Viktor Yanukovych, diante dos protestos dos oposicionistas.
Na época, a surpreendente vitória, já no primeiro turno, coube ao político e empresário Petro Poroshenko, um magnata da indústria de chocolates. Agora, com a liderança de Zelensky no primeiro turno, ele tem motivos para duvidar de sua reeleição.
Zelensky, de 41 anos, é conhecido por diversos shows satíricos e pela série cômica Sluha Narodu (Servidor do povo), em que representa um professor secundário que se torna presidente do país. A terceira temporada foi lançada poucos dias antes do pleito.
Durante a campanha, ele se aproveitou da imagem de novato, emplacando entre os eleitores jovens e concentrando em si as expectativas por uma espécie de salvador que resolverá os muitos problemas do país.
Em contrapartida, Poroshenko é visto como um representante do velho sistema, percebido como ineficaz. O chefe de Estado é de malquisto a odiado por muitos. Também devido às recentes revelações de corrupção na indústria armamentista estatal, o político de 53 anos parece abatido. Suas vitórias na política externa, como a isenção de visto para ucranianos na União Europeia, não anulam a decepção com os preços crescentes e o nepotismo.
Além da guerra na região mineira de Donbass e da consequente necessidade de modernização das Forças Armadas nacionais, o vencedor da eleição se verá diante de numerosas tarefas hercúleas, sobretudo a luta contra a corrupção.
São necessárias reformas em praticamente todos os setores importantes, da Justiça e polícia à saúde. O futuro presidente possivelmente se confrontará com as consequências de uma eventual suspensão do transporte de gás para a Europa, a partir de 2020, o que pode debilitar a Ucrânia e torná-la mais vulnerável à desestabilização pela Rússia. Por fim, ainda não está claro que efeito terá sobre a sociedade a fundação, no fim de 2018, de uma Igreja Ortodoxa nacionalindependente de Moscou.
JPS/ots
______________
A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube
| WhatsApp | App | Instagram | Newsletter
Zelensky, que fez sua estreia política neste pleito, deve ficar com cerca de 30% dos votos, enquanto Poroshenko deve receber pouco mais de 18%. Tanto Zelensky quanto Poroshenko basearam suas campanhas em propostas de aproximar a Ucrânia ainda mais da União Europeia.
A pesquisa também apontou que a ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko deve receber pouco mais de 14% dos votos, ficando fora do segundo turno. Um total de 39 candidatos se apresentou nas eleições presidenciais. O modelo de eleição é similar ao do Brasil. Se nem um receber mais de 50% dos votos válidos, a votação passa para um segundo turno com os dois candidatos que terminaram na liderança.
Esta é a primeira eleição presidencial da Ucrânia desde o pleito antecipado de maio de 2014, que foi motivado pela fuga para a Rússia do então presidente Viktor Yanukovych, diante dos protestos dos oposicionistas.
Na época, a surpreendente vitória, já no primeiro turno, coube ao político e empresário Petro Poroshenko, um magnata da indústria de chocolates. Agora, com a liderança de Zelensky no primeiro turno, ele tem motivos para duvidar de sua reeleição.
Zelensky, de 41 anos, é conhecido por diversos shows satíricos e pela série cômica Sluha Narodu (Servidor do povo), em que representa um professor secundário que se torna presidente do país. A terceira temporada foi lançada poucos dias antes do pleito.
Durante a campanha, ele se aproveitou da imagem de novato, emplacando entre os eleitores jovens e concentrando em si as expectativas por uma espécie de salvador que resolverá os muitos problemas do país.
Em contrapartida, Poroshenko é visto como um representante do velho sistema, percebido como ineficaz. O chefe de Estado é de malquisto a odiado por muitos. Também devido às recentes revelações de corrupção na indústria armamentista estatal, o político de 53 anos parece abatido. Suas vitórias na política externa, como a isenção de visto para ucranianos na União Europeia, não anulam a decepção com os preços crescentes e o nepotismo.
Além da guerra na região mineira de Donbass e da consequente necessidade de modernização das Forças Armadas nacionais, o vencedor da eleição se verá diante de numerosas tarefas hercúleas, sobretudo a luta contra a corrupção.
São necessárias reformas em praticamente todos os setores importantes, da Justiça e polícia à saúde. O futuro presidente possivelmente se confrontará com as consequências de uma eventual suspensão do transporte de gás para a Europa, a partir de 2020, o que pode debilitar a Ucrânia e torná-la mais vulnerável à desestabilização pela Rússia. Por fim, ainda não está claro que efeito terá sobre a sociedade a fundação, no fim de 2018, de uma Igreja Ortodoxa nacionalindependente de Moscou.
JPS/ots
______________
A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube
| WhatsApp | App | Instagram | Newsletter
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.