Trump promete acordo comercial ambicioso ao Reino Unido
Em Londres, presidente americano elogia Theresa May e diz ver "tremendo potencial" para comércio bilateral depois do Brexit. Milhares de britânicos protestam contra visita de Trump.O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu nesta terça-feira (04/06) ao Reino Unido "um ambicioso acordo comercial" após a saída britânica da União Europeia (UE), prevista para o próximo dia 31 de outubro. A promessa foi feita após uma reunião entre o mandatário americano e a primeira-ministra Theresa May, em Londres.
"Agora que o Reino Unido está se preparando para sair da União Europeia, os Estados Unidos estão empenhados em alcançar um acordo comercial fenomenal com o Reino Unido. Há um tremendo potencial", afirmou Trump, em entrevista coletiva ao término de uma reunião com May.
O Brexit continua num impasse devido à falta de um consenso no Parlamento britânico sobre o acordo de saída alcançado com UE. A visita de Trump ao Reino Unido ocorre poucos dias após May anunciar que deixará o cargo dia 7 de junho, diante do fracasso de seu governo para solucionar a crise gerada pelo divórcio com a União Europeia, abrindo um processo eleitoral no seu partido para sucedê-la.
Defensor do Brexit, Trump disse que esse eventual pacto com os EUA pode ampliar "duas ou três vezes" a troca comercial atual entre os dois países, avaliada em 240 bilhões de dólares em 2018. Diante das críticas que este possível acordo gera no Reino Unido, especialmente a possível entrada dos Estados Unidos no setor sanitário britânico, a líder conservadora especificou que tal tratado "tem de ser estipulado" pelas duas partes.
May e Trump se reuniram na residência oficial da primeira-ministra, no número 10 da Downing Street, no segundo dia da visita de Estado do presidente americano ao Reino Unido, que começou na segunda-feira com encontros com a família real e um banquete oferecido pela rainha Elizabeth II.
Na reunião, os líderes conversaram também sobre a crise com o Irã e a guerra comercial com a China, em particular as restrições impostas por Washington sobre a empresa de telecomunicações Huawei.
May avaliou o encontro como positivo e se mostrou otimista sobre um futuro acordo comercial bilateral. "Também tenho a certeza de que o nosso relacionamento econômico vai crescer cada vez mais, com base nas conversas que tivemos e nas ideias que ouvimos das empresas do Reino Unido e dos EUA", acrescentou.
Na entrevista coletiva, Trump, que em outras ocasiões criticou a gestão de May, disse desta vez que a dirigente britânica deixou a negociação do Brexit "em um bom lugar", que terá que ser continuado por seu sucessor no governo. "Você é uma grande profissional e uma pessoa que ama muito o seu país", elogiou Trump, dirigindo-se a May.
O presidente, porém, não resistiu e disse que, no lugar dela, teria "processado" a União Europeia para forçar a saída do Reino Unido. "Mas nunca se sabe. Ela é provavelmente uma melhor negociadora do que eu", ironizou.
Em relação à escolha do sucessor da premiê, Trump ignorou a tradição de líderes estrangeiros não comentarem política interna dos outros países e voltou a elogiar o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Boris Johnson, e enalteceu o atual chefe da diplomacia britânica, Jeremy Hunt, ambos candidatos ao cargo. Assim como Johnson, Trump vê com bons olhos uma saída não negociada da União Europeia, o que, segundo especialistas, poderia ter um impacto devastador na economia do Reino Unido.
Enquanto os líderes estavam reunidos, milhares de manifestantes protestaram em Londres contra a visita de Trump. O líder da oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn, também esteve presente no ato. Os manifestantes se concentraram em Trafalgar Square e também na praça de Westminster, junto ao Parlamento britânico, onde foi erguido o boneco inflável "bebê Trump".
Ao ser questionado na coletiva sobre os protestos, Trump minimizou o ato, que considerou "pequeno", e disse que viu milhares de pessoas nas ruas com bandeiras dos Estados Unidos.
Nesta terça-feira, o presidente se reuniu ainda com o líder do Partido do Brexit, Nigel Farage, que ganhou as últimas eleições ao Parlamento Europeu no Reino Unido com 32% dos votos, e participou de um evento com empresários americanos e britânicos. No terceiro e último dia de sua visita, o presidente tomará parte na cerimônia em homenagem ao Dia D na cidade de Portsmouth.
CN/efe/lusa/afp/ap
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"Agora que o Reino Unido está se preparando para sair da União Europeia, os Estados Unidos estão empenhados em alcançar um acordo comercial fenomenal com o Reino Unido. Há um tremendo potencial", afirmou Trump, em entrevista coletiva ao término de uma reunião com May.
O Brexit continua num impasse devido à falta de um consenso no Parlamento britânico sobre o acordo de saída alcançado com UE. A visita de Trump ao Reino Unido ocorre poucos dias após May anunciar que deixará o cargo dia 7 de junho, diante do fracasso de seu governo para solucionar a crise gerada pelo divórcio com a União Europeia, abrindo um processo eleitoral no seu partido para sucedê-la.
Defensor do Brexit, Trump disse que esse eventual pacto com os EUA pode ampliar "duas ou três vezes" a troca comercial atual entre os dois países, avaliada em 240 bilhões de dólares em 2018. Diante das críticas que este possível acordo gera no Reino Unido, especialmente a possível entrada dos Estados Unidos no setor sanitário britânico, a líder conservadora especificou que tal tratado "tem de ser estipulado" pelas duas partes.
May e Trump se reuniram na residência oficial da primeira-ministra, no número 10 da Downing Street, no segundo dia da visita de Estado do presidente americano ao Reino Unido, que começou na segunda-feira com encontros com a família real e um banquete oferecido pela rainha Elizabeth II.
Na reunião, os líderes conversaram também sobre a crise com o Irã e a guerra comercial com a China, em particular as restrições impostas por Washington sobre a empresa de telecomunicações Huawei.
May avaliou o encontro como positivo e se mostrou otimista sobre um futuro acordo comercial bilateral. "Também tenho a certeza de que o nosso relacionamento econômico vai crescer cada vez mais, com base nas conversas que tivemos e nas ideias que ouvimos das empresas do Reino Unido e dos EUA", acrescentou.
Na entrevista coletiva, Trump, que em outras ocasiões criticou a gestão de May, disse desta vez que a dirigente britânica deixou a negociação do Brexit "em um bom lugar", que terá que ser continuado por seu sucessor no governo. "Você é uma grande profissional e uma pessoa que ama muito o seu país", elogiou Trump, dirigindo-se a May.
O presidente, porém, não resistiu e disse que, no lugar dela, teria "processado" a União Europeia para forçar a saída do Reino Unido. "Mas nunca se sabe. Ela é provavelmente uma melhor negociadora do que eu", ironizou.
Em relação à escolha do sucessor da premiê, Trump ignorou a tradição de líderes estrangeiros não comentarem política interna dos outros países e voltou a elogiar o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Boris Johnson, e enalteceu o atual chefe da diplomacia britânica, Jeremy Hunt, ambos candidatos ao cargo. Assim como Johnson, Trump vê com bons olhos uma saída não negociada da União Europeia, o que, segundo especialistas, poderia ter um impacto devastador na economia do Reino Unido.
Enquanto os líderes estavam reunidos, milhares de manifestantes protestaram em Londres contra a visita de Trump. O líder da oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn, também esteve presente no ato. Os manifestantes se concentraram em Trafalgar Square e também na praça de Westminster, junto ao Parlamento britânico, onde foi erguido o boneco inflável "bebê Trump".
Ao ser questionado na coletiva sobre os protestos, Trump minimizou o ato, que considerou "pequeno", e disse que viu milhares de pessoas nas ruas com bandeiras dos Estados Unidos.
Nesta terça-feira, o presidente se reuniu ainda com o líder do Partido do Brexit, Nigel Farage, que ganhou as últimas eleições ao Parlamento Europeu no Reino Unido com 32% dos votos, e participou de um evento com empresários americanos e britânicos. No terceiro e último dia de sua visita, o presidente tomará parte na cerimônia em homenagem ao Dia D na cidade de Portsmouth.
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