Políticos alemães pró-refugiados recebem ameaça de morte
Ao menos dois prefeitos são alvejados por mensagens de conteúdo xenófobo. Revelação ocorre semanas após o assassinato de um político simpático à acolhida de migrantes cujo suspeito seria de extrema direita.Pelo menos dois prefeitos de cidades alemãs receberam ameaças de morte por se engajarem em políticas pró-refugiados, afirmou nesta quinta-feira (20/06) a polícia alemã. O anúncio ocorre algumas semanas após o assassinato de um político no país por um suposto radical de extrema direita.
A polícia alemã disse que pelo menos dois prefeitos locais receberam ameaças de morte, mas se recusou a confirmar as informações da mídia de que as mensagens anônimas continham saudações nazistas.
Entre os alvos das ameaças estão a prefeita de Colônia, Henriette Reker, que foi esfaqueada no pescoço em 2015 por um extremista de direita durante um evento de campanha eleitoral, e Andreas Hollstein, prefeito da pequena cidade do oeste alemão de Altena, que também foi esfaqueado, em 2017.
Não ficou claro se há uma ligação direta com o assassinato em 2 de junho.do político Walter Lübcke, morto por um tiro à queima-roupa em sua casa, na região central da Alemanha. O caso, cujo principal suspeito é um suposto militante de extrema direita, chocou o país.
Lübcke, de 65 anos era chefe do conselho administrativo do distrito de Kassel e filiado à União Democrata-Cristã (CDU), partido da chanceler federal alemã, Angela Merkel. Ele foi encontrado morto no terraço da sua residência com um tiro na cabeça. A polícia rapidamente descartou a hipótese de suicídio ou disparo acidental. Nenhuma arma foi encontrada no local. A autópsia revelou que o disparo ocorreu à curta distância.
Lübcke era um defensor da decisão de Angela Merkel de receber refugiados sírios e em 2015 provocou a ira de extremistas de direita ao dizer que os alemães que não concordassem com a política de Merkel deveriam deixar o país.
O principal suspeito, identificado como Stephan E. , de 45 anos, está preso. Ele já teve ligação com grupos de extrema direita, entre eles, o núcleo do neonazista Partido Nacional-Democrático (NPD) do Estado de Hessen. Segundo as autoridades, há anos ele era militante de extrema direita e cometeu vários delitos por motivações políticas.
A Alemanha é lar de cerca de 12.700 membros de grupos de extrema direita potencialmente violentos, de acordo com o Departamento de Proteção à Constituição (BfV), o serviço de inteligência doméstica. Uma pesquisa divulgada nesta semana apontou que 60% dos alemães pensam que o governo está fazendo muito pouco para resolver o problema.
Annegret Kramp-Karrenbauer, presidente da CDU, acusou o partido populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD) de também ser responsável pelo assassinato de Lübcke, por legitimar uma linguagem de ódio que alimenta a violência.
MD/afp/rtr
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A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube
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Entre os alvos das ameaças estão a prefeita de Colônia, Henriette Reker, que foi esfaqueada no pescoço em 2015 por um extremista de direita durante um evento de campanha eleitoral, e Andreas Hollstein, prefeito da pequena cidade do oeste alemão de Altena, que também foi esfaqueado, em 2017.
Não ficou claro se há uma ligação direta com o assassinato em 2 de junho.do político Walter Lübcke, morto por um tiro à queima-roupa em sua casa, na região central da Alemanha. O caso, cujo principal suspeito é um suposto militante de extrema direita, chocou o país.
Lübcke, de 65 anos era chefe do conselho administrativo do distrito de Kassel e filiado à União Democrata-Cristã (CDU), partido da chanceler federal alemã, Angela Merkel. Ele foi encontrado morto no terraço da sua residência com um tiro na cabeça. A polícia rapidamente descartou a hipótese de suicídio ou disparo acidental. Nenhuma arma foi encontrada no local. A autópsia revelou que o disparo ocorreu à curta distância.
Lübcke era um defensor da decisão de Angela Merkel de receber refugiados sírios e em 2015 provocou a ira de extremistas de direita ao dizer que os alemães que não concordassem com a política de Merkel deveriam deixar o país.
O principal suspeito, identificado como Stephan E. , de 45 anos, está preso. Ele já teve ligação com grupos de extrema direita, entre eles, o núcleo do neonazista Partido Nacional-Democrático (NPD) do Estado de Hessen. Segundo as autoridades, há anos ele era militante de extrema direita e cometeu vários delitos por motivações políticas.
A Alemanha é lar de cerca de 12.700 membros de grupos de extrema direita potencialmente violentos, de acordo com o Departamento de Proteção à Constituição (BfV), o serviço de inteligência doméstica. Uma pesquisa divulgada nesta semana apontou que 60% dos alemães pensam que o governo está fazendo muito pouco para resolver o problema.
Annegret Kramp-Karrenbauer, presidente da CDU, acusou o partido populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD) de também ser responsável pelo assassinato de Lübcke, por legitimar uma linguagem de ódio que alimenta a violência.
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