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Trump pediu que ucranianos investigassem filho de Joe Biden

20/09/2019 21h40

Segundo jornal, presidente dos EUA pressionou líder da Ucrânia por investigação contra filho de rival democrata. Americano teria oferecido até mesmo os serviços do seu advogado para ajudar no caso.O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pressionou o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a investigar o filho do pré-candidato democrata à Presidência Joe Biden. As informações foram publicadas pelo jornal americano Wall Street Journal (WSJ) nesta sexta-feira (20/09), que citou "pessoas familiarizadas com o assunto”.

De acordo com a reportagem, o episódio ocorreu durante um telefonema no final de julho. Na ocasião, Trump pediu a Zelensky para que seu próprio advogado pessoal, o ex-prefeito Rudy Giuliani, pudesse atuar na investigação em conjunto com os ucranianos.

O caso em questão envolveria suspeitas sobre as ligações de Hunter Biden, filho do ex-vice-presidente Joe Biden, com a empresa de gás de um oligarca ucraniano. Só que membros da Justiça ucraniana disseram ao WSJ que não há evidências de alguma irregularidade na conduta de Biden ou de seu filho.

"Trump disse a ele [Zelensky] que deveria trabalhar junto [com Rudy Giuliani] sobre Biden, e que as pessoas em Washington queriam saber" se as denúncias eram verdadeiras, disse uma das fontes ao jornal.

Ainda segundo o jornal, Giuliani se reuniu em junho e agosto com autoridades ucranianas para falar sobre uma eventual investigação.

De acordo com o WSJ, o advogado de Trump sugeriu aos ucranianos que Biden, à época em que ainda era vice-presidente, atuou para proteger seu filho, Hunter Biden, e, por sua vez, pressionou os ucranianos a demitir um promotor do país europeu.

Segundo o jornal, as fontes ouvidas disseram que Trump não mencionou explicitamente nenhum tipo de ajuda à Ucrânia como contrapartida no caso.

Biden, que foi vice-presidente de Barack Obama, lidera no momento as pesquisas entre os pré-candidatos democratas para se tornar o candidato que enfrentará Trump nas eleições de 2020.

A notícia do WSJ adicionou mais um elemento a uma crescente controvérsia em Washington por causa de uma reportagem do jornal Washington Post publicada na quarta-feira. Neste caso, o diário havia indicado que Trump havia conversado com "um líder estrangeiro” (que não foi identificado) e que o diálogo incluía uma "promessa” feita por Trump.

Ainda segundo o jornal, um agente dos serviços de inteligência dos EUA acompanhou a conversa — como é rotina em telefonemas de presidentes americanos. Após essa ligação, esse agente registrou uma queixa anônima na comunidade de inteligência. Trump conversou justamente com o presidente Zelenski menos de três semanas antes de a denúncia ser apresentada pelo agente.

Após a publicação da reportagem do WSJ, o ex-vice-presidente Biden reagiu com um comunicado duro contra Trump.

"Se essas informações forem verdadeiras, então não há realmente um fundo do poço para a disposição do presidente Trump de abusar de seu poder e diminuir nosso país. Esse comportamento é particularmente repugnante porque explora a política externa de nosso país e prejudica nossa segurança nacional para fins políticos", disse Biden. .

Trump, por sua vez, não comentou a reportagem do WSJ. Mas na quinta-feira ele falou das alegações publicadas pelo Washington Post, que abordavam a denúncia do agente de inteligência. O presidente alegou que o agente em questão estaria agindo de modo partidário e disse que sua ligação para o seu colega ucraniano foi totalmente "apropriada”.

JPS/ots

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