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Polícia de Londres proíbe protestos do Extinction Rebellion

15/10/2019 08h31

Decisão ocorre após uma semana de manifestações que resultaram em mais de 1,4 mil detidos. Apesar da proibição, movimento ambientalista afirma que seguirá com atos e protesta em frente a Departamento de Transportes.Depois de uma semana intensa de protestos, que resultaram na prisão de mais de 1,4 mil ativistas, a Polícia Metropolitana de Londres proibiu na noite desta segunda-feira (14/10) todas as manifestações do movimento ambientalista Extinction Rebellion (Rebelião da Extinção). As autoridades também ordenaram a desocupação do acampamento do grupo na Trafalgar Square, no centro da cidade.

Logo após emitir a ordem, policiais foram enviados para a Trafalgar Square para desocupar a área. "Os manifestantes foram notificados e receberam a oportunidade de se retirar. Qualquer pessoa que não cumpra essa condição é passível de prisão e processo", afirmou o vice-comissário assistente da Polícia Metropolitana de Londres, Laurence Taylor, em comunicado.

Quando a ordem foi emitida, a maioria dos ativistas do Extinction Rebellion que estão acampados na Trafalgar Square já havia se mudado para o acampamento no Jardim Vauxhall Pleasure.

Em comunicado, o movimento informou que deixaria a região, mas que "a rebelião internacional continua". "A emergência climática e ecológica não vai desaparecer, e nós continuamos decididos a enfrentá-la", destacou o grupo.

Antes da proibição, a Trafalgar Square era o único local onde os protestos foram autorizados na cidade. Os atos pelo clima começaram há uma semana na cidade. Nesta segunda-feira, os manifestantes invadiram o centro financeiro de Londres, com cartazes com mensagens contra as instituições financeiras e grandes empresas, nos quais pediam que se deixe de "custear a crise climática".

Durante a semana passada, quando se iniciaram as ações, os ativistas bloquearam o Parlamento britânico e ocuparam o aeroporto de London City. As manifestações pelo clima visam chamar atenção para o problema do aquecimento global, paralisando sobretudo os meios de transportes mais poluentes.

Apesar da proibição, o Extinction Rebellion anunciou nesta terça-feira que deve dar continuidade à segunda semana de protestos que estava programada pelo movimento.

O primeiro ato já ocorreu em frente ao Departamento dos Transportes. Os ativistas exigem o fim de financiamento de "projetos destrutivos" que impulsionam emissões que causam o aquecimento global.

Uma das fundadoras do Extinction Rebellion, Gail Bradbrook, escalou o prédio para colocar uma faixa no local contra a construção de uma ferrovia de alta velocidade.

O movimento pretende, por meio da desobediência civil pacífica, chamar a atenção da população e governos para a ameaça do colapso climático e da extinção em massa que pode ser provocada pelo aquecimento global.

De acordo com os ativistas, anos de manifestações convencionais não geraram políticas significativas para o clima, por isso, o Extinction Rebellion acredita que os protestos precisam agora incomodar, até mesmo ultrapassando alguns limites da lei, como o bloqueio do trânsito e aeroportos, para alcançar algum resultado. O grupo rejeita categoricamente o uso da violência e defende que a democracia deliberativa, na qual cidadãos têm um envolvimento maior na tomada decisões, seja aplicada para tratar a questão climática.

O Extinction Rebellion têm basicamente três demandas: que os governos nacionais divulguem as ameaças das mudanças climáticas; iniciem ações para zerar efetivamente as emissões de gases do efeito estufa até 2025; e e criem assembleias populares para proporem medidas voltadas a alcançar a justiça climática.

Além de Londres, o Extinction Rebellion, que está presente em dezenas de países, promoveu na semana passada protestos ocorre em 60 cidades do mundo. Na Alemanha, Berlim foi a cidade que serviu de palco para os ambientalistas.

CN/afp/rtr/lusa/ots

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