"Você está enchendo o meu saco": Clinton zomba de Trump
Parodiando a carta em que o presidente americano ameaça e lisonjeia Erdogan, instando-o a não ser um "boboca" ao invadir a Síria, democrata Hillary Clinton posta mensagem fictícia de Kennedy a Krushchev.A ex-candidata presidencial americana Hillary Clinton parece estar se especializando em alfinetar Donald Trump com duas das principais armas do atual presidente dos Estados Unidos: escárnio e ficção histórica. Neste domingo (20/10) ela publicou no Twitter uma suposta carta de John F. Kennedy, chefe de Estado de 1961 a 1963, ao então primeiro-ministro soviético Nikita Khrushchev.
Encabeçada "Encontrada nos arquivos..." e datada 16 de outubro de 1962 – em plena crise armamentista com Cuba –, a postagem já estabelece seu tom na primeira frase:
"Caro Premiê Khrushchev,
Não seja um escroto, OK? Tire os seus mísseis de Cuba."
Anteriormente apresentada no programa de TV Jimmy Kimmel Live, a correspondência fake é uma óbvia zombaria à recente carta (real) enviada por Trump a seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, em 9 de outubro.
Esta causou consternação generalizada, sobretudo nos meios diplomáticos, e sua autenticidade chegou a ser colocada em dúvida, devido a pérolas de redação infantil como: "[...] não quero ser responsável por destruir a economia turca – e eu vou." "Trabalhei duro para resolver alguns dos seus problemas." "Você pode fazer um ótimo negócio." "[A história] vai olhar para você para sempre como o demônio, se boas coisas não acontecerem. Não dê uma de durão. Não seja um boboca." E conclui: "Vou ligar mais tarde."
A ameaça a que Trump se refere fora criada poucos dias antes por ele mesmo, ao ordenar a retirada das tropas americanas da faixa na fronteira turco-síria, de onde Erdogan almejava há tempos expulsar as milícias curdas, suas inimigas. A decisão do presidente americano, dificilmente justificável mesmo dentro de seu Partido Republicano, tem sido condenada em nível internacional.
A carta fictícia de "Kennedy" segue uma linha análoga, prometendo, caso o russo retire os mísseis:
"Todo mundo vai dizer: 'Uau Krushchev! Você é o máximo!' Mas se não, todo mundo vai estar assim 'que bundão', e vai chamar o seu país de lixo de 'A Buniona Soviética'."
Por falar em "lixo", consta ter sido lá que ele jogou imediatamente a carta assinada por Trump, segundo fontes próximas a Ancara. Ainda assim, o presidente dos EUA estava tão satisfeito com sua façanha de política externa e estratégia que mostrou orgulhosamente a carta a diversos colaboradores na Casa Branca.
A motivação do tuíte satírico de Clinton, que foi logo "curtido" mais de 220 mil vezes, é o temor real de que a Turquia vá perpetrar uma limpeza étnica contra os curdos. Classificados como terroristas por Erdogan e seus adeptos, eles lutaram ao lado dos EUA para derrotar a milícia jihadista do "Estado Islâmico" (EI), a qual agora ameaça ressurgir. A retirada garantiu também enorme vantagem estratégica às forças russas na Síria.
Hillary Clinton conclui sua paródia no mais puro estilo trumpista, alertando "Krushchev":
"Você está realmente enchendo o meu saco aqui.
Te bato um fio mais tarde.
Abração,
John Fitzgerald Kennedy"
AV/ap,ots
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Encabeçada "Encontrada nos arquivos..." e datada 16 de outubro de 1962 – em plena crise armamentista com Cuba –, a postagem já estabelece seu tom na primeira frase:
"Caro Premiê Khrushchev,
Não seja um escroto, OK? Tire os seus mísseis de Cuba."
Anteriormente apresentada no programa de TV Jimmy Kimmel Live, a correspondência fake é uma óbvia zombaria à recente carta (real) enviada por Trump a seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, em 9 de outubro.
Esta causou consternação generalizada, sobretudo nos meios diplomáticos, e sua autenticidade chegou a ser colocada em dúvida, devido a pérolas de redação infantil como: "[...] não quero ser responsável por destruir a economia turca – e eu vou." "Trabalhei duro para resolver alguns dos seus problemas." "Você pode fazer um ótimo negócio." "[A história] vai olhar para você para sempre como o demônio, se boas coisas não acontecerem. Não dê uma de durão. Não seja um boboca." E conclui: "Vou ligar mais tarde."
A ameaça a que Trump se refere fora criada poucos dias antes por ele mesmo, ao ordenar a retirada das tropas americanas da faixa na fronteira turco-síria, de onde Erdogan almejava há tempos expulsar as milícias curdas, suas inimigas. A decisão do presidente americano, dificilmente justificável mesmo dentro de seu Partido Republicano, tem sido condenada em nível internacional.
A carta fictícia de "Kennedy" segue uma linha análoga, prometendo, caso o russo retire os mísseis:
"Todo mundo vai dizer: 'Uau Krushchev! Você é o máximo!' Mas se não, todo mundo vai estar assim 'que bundão', e vai chamar o seu país de lixo de 'A Buniona Soviética'."
Por falar em "lixo", consta ter sido lá que ele jogou imediatamente a carta assinada por Trump, segundo fontes próximas a Ancara. Ainda assim, o presidente dos EUA estava tão satisfeito com sua façanha de política externa e estratégia que mostrou orgulhosamente a carta a diversos colaboradores na Casa Branca.
A motivação do tuíte satírico de Clinton, que foi logo "curtido" mais de 220 mil vezes, é o temor real de que a Turquia vá perpetrar uma limpeza étnica contra os curdos. Classificados como terroristas por Erdogan e seus adeptos, eles lutaram ao lado dos EUA para derrotar a milícia jihadista do "Estado Islâmico" (EI), a qual agora ameaça ressurgir. A retirada garantiu também enorme vantagem estratégica às forças russas na Síria.
Hillary Clinton conclui sua paródia no mais puro estilo trumpista, alertando "Krushchev":
"Você está realmente enchendo o meu saco aqui.
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