Hanau: "Direitos humanos em vez de gente de direita"
Hanau: "Direitos humanos em vez de gente de direita" - Na cidade palco do atentado de motivação racista que fez nove vítimas, milhares se manifestam contra o ódio e a incitação à violência. Ativista adverte contra tratar o assassino como um caso patológico.Milhares se reuniram na Freiheitsplatz (Praça da Liberdade), no centro da cidade alemã de Hanau, neste sábado (22/02). As organizações da aliança Solidariedade Em Vez de Divisão contaram um total de 6 mil participantes. Muitos portavam cartazes com dizeres como "É preciso primeiro alguém matar, para que vocês se indignem?", "Direitos humanos em vez de gente de direita", "Fascismo e racismo matam por toda parte" ou "A AfD atirou junto".
Durante a manifestação, diversos oradores expressaram consternação e ira diante dos assassinatos de motivação racista da última quarta-feira. "Não devemos patologizar o criminoso", alertou Patrucija Kowalska, da campanha Nada da de Ponto Final, de Munique. O planejamento do ato teriam seguido a lógica pérfida dos ataques terroristas de direita ocorridos em outros locais, e as causas dessa violência seriam racismo e antissemitismo, afirmou.
Familiares das vítimas também falaram ao público. Segundo um deles, se trataria de um ato bárbaro e uma investida contra toda a sociedade, que agora deve permanecer coesa. "A ferida não vai sarar, mas a solidariedade nos ajuda", disse outro: as vítimas todas nasceram e cresceram na cidade, "eram todas filhas de Hanau".
A multidão seguiu pela cidade até um dos locais do crime. Além disso, durante todo o dia os cidadãos depositaram flores no monumento aos Irmãos Grimm, na praça Markplatz, acenderam velas ou homenagearam os mortos em silêncio.
Representantes da comunidade curda na Alemanha e o deputado de origem turca Cem Özdemir igualmente prestaram homenagem às vítimas. O político do Partido Verde disse esperar "que este ano entre para a história como aquele em que a República [da Alemanha] levou a sério o combate ao radicalismo de direita".
Em 19 de fevereiro, um alemão de 43 anos assassinou a tiros nove cidadãos de origem estrangeira. Em seguida, o atirador esportivo matou a mãe de 72 anos e se suicidou. Segundo os dados disponíveis, ele tinha disposição racista e era psiquicamente enfermo.
O Departamento Criminal do estado de Hessen alertou via Twitter contra informações falsas relacionadas ao atentado, pois no momento circula nas redes sociais um grande número de especulações sobre a sequência dos acontecimentos, partindo de diversas fontes.
Também em outras cidades alemãs, milhares foram às ruas em protesto contra o terrorismo de direita. Numa das manifestações, o prefeito de Marburg, Thomas Spies, classificou o racismo como "um veneno perfeitamente quotidiano", contra o qual "precisamos agir conjuntamente".
Apesar do Carnaval em andamento no estado vizinho da Renânia do Norte-Vestfália, nas cidades de Colônia, Bonn e Düsseldorf milhares voltaram a se reunir em vigílias e manifestações contra a ultradireita. Houve também protestos em Dortmund e Bielefeld.
AV/afp,epd,dpa
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A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube
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Durante a manifestação, diversos oradores expressaram consternação e ira diante dos assassinatos de motivação racista da última quarta-feira. "Não devemos patologizar o criminoso", alertou Patrucija Kowalska, da campanha Nada da de Ponto Final, de Munique. O planejamento do ato teriam seguido a lógica pérfida dos ataques terroristas de direita ocorridos em outros locais, e as causas dessa violência seriam racismo e antissemitismo, afirmou.
Familiares das vítimas também falaram ao público. Segundo um deles, se trataria de um ato bárbaro e uma investida contra toda a sociedade, que agora deve permanecer coesa. "A ferida não vai sarar, mas a solidariedade nos ajuda", disse outro: as vítimas todas nasceram e cresceram na cidade, "eram todas filhas de Hanau".
A multidão seguiu pela cidade até um dos locais do crime. Além disso, durante todo o dia os cidadãos depositaram flores no monumento aos Irmãos Grimm, na praça Markplatz, acenderam velas ou homenagearam os mortos em silêncio.
Representantes da comunidade curda na Alemanha e o deputado de origem turca Cem Özdemir igualmente prestaram homenagem às vítimas. O político do Partido Verde disse esperar "que este ano entre para a história como aquele em que a República [da Alemanha] levou a sério o combate ao radicalismo de direita".
Em 19 de fevereiro, um alemão de 43 anos assassinou a tiros nove cidadãos de origem estrangeira. Em seguida, o atirador esportivo matou a mãe de 72 anos e se suicidou. Segundo os dados disponíveis, ele tinha disposição racista e era psiquicamente enfermo.
O Departamento Criminal do estado de Hessen alertou via Twitter contra informações falsas relacionadas ao atentado, pois no momento circula nas redes sociais um grande número de especulações sobre a sequência dos acontecimentos, partindo de diversas fontes.
Também em outras cidades alemãs, milhares foram às ruas em protesto contra o terrorismo de direita. Numa das manifestações, o prefeito de Marburg, Thomas Spies, classificou o racismo como "um veneno perfeitamente quotidiano", contra o qual "precisamos agir conjuntamente".
Apesar do Carnaval em andamento no estado vizinho da Renânia do Norte-Vestfália, nas cidades de Colônia, Bonn e Düsseldorf milhares voltaram a se reunir em vigílias e manifestações contra a ultradireita. Houve também protestos em Dortmund e Bielefeld.
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