Topo

Esse conteúdo é antigo

Putin critica "ambições imperialistas" da Otan

29/06/2022 21h37

Putin critica "ambições imperialistas" da Otan - Líder russo diz que Moscou "responderá à altura" qualquer ameaça que resulte da adesão de Suécia e Finlândia à aliança, e acusa Ocidente de usar conflito na Ucrânia para avançar na defesa de seus próprios interesses.O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou nesta quarta-feira (29/06) que seu país responderá à altura, caso a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) envie soldados e infraestruturas militares à Finlândia e Suécia, após a provável adesão dos dois países escandinavos à aliança ocidental.

"Não temos com a Suécia e a Finlândia os problemas que temos com a Ucrânia", disse Putin em entrevista a uma emissora estatal russa.

"Mas, eles devem entender que antes não havia nenhuma ameaça, enquanto agora, se contingentes militares e infraestruturas forem enviados, responderemos à altura, e vamos criar as mesmas ameaças aos territórios deles que forem criadas para nós."

Ele afirmou que conta com uma piora nas relações de Moscou com Estocolmo e Helsinki após o ingresso das duas nações na Otan.

"Tudo estava bem entre nós, mas agora, deverão certamente surgir algumas tensões", disse o líder russo. "Isso será inevitável, se houver alguma ameaça contra nós."

O processo formal para a adesão sueca e finlandesa à Otan foi teve início nesta quarta-feira, após a Turquia chegar a um acordo com os dois países e pôr fim ao impasse que ameaçava a expansão da aliança no norte da Europa.

"Ambições imperialistas"

Putin condenou o que chamou de "ambições imperialistas" da Otan, acusando os países ocidentais de tentarem estabelecer sua supremacia através da guerra na Ucrânia.

Ele advertiu que o bem-estar do povo ucraniano "não é o objetivo do Ocidente e da Otan", e que, para eles, o conflito seria apenas "um meio de defender seus próprios interesses".

Segundo afirmou, os países da aliança, "acima de tudo, os Estados Unidos, precisavam há muito tempo de um inimigo externo para unir seus aliados em torno de si".

O presidente russo destacou que a estratégia militar russa na Ucrânia, de "libertar" o leste do país do domínio de Kiev, permanece inalterada. O objetivo, insistiu, é garantir a segurança da Rússia.

Putin assegurou que "tudo está ocorrendo como planejado", e que não há um prazo final para o que chama de "operação militar especial" no país vizinho.

Otan vê Rússia como "ameaça direta"

Nesta quarta-feira, a Otan passou a classificar a Rússia como a principal ameaça à segurança das nações que compõem a aliança.

No mais recente conceito estratégico da aliança, divulgado nesta quarta-feira durante a cúpula da organização, em Madri, os 30 países-membros destacaram que "a Federação Russa é a ameaça mais significativa e direta à segurança dos aliados e à paz e à estabilidade na zona euro-atlântica" para a próxima década.

Em seu novo conceito estratégico, a Otan acusa a Rússia de tentar "estabelecer esferas de influência e controle direto por meio de coerção, subversão, agressão e anexação", em uma clara referência à invasão da Ucrânia.

rc (Reuters, AFP)