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Protestos na Geórgia por adesão à UE terminam com mais de 40 feridos

Manifestantes levantam bandeira da Géorgia em Tiblissi, à frente de forças policiais do país; ao menos 44 ficaram feridos por repressão aos protestos na noite de sábado (30) Imagem: AFP

01/12/2024 14h50

Pelo menos 44 pessoas foram hospitalizadas entre a noite de sábado (30) e a madrugada de domingo (1º) na Geórgia, após a polícia usar canhões de água e gás lacrimogêneo contra manifestantes durante a terceira noite de protestos contra a decisão do governo de suspender o processo de adesão do país do leste europeu à União Europeia.

Como ocorreu nas duas noites anteriores, dezenas de milhares de manifestantes reuniram-se em frente ao parlamento, na capital Tbilisi, atirando pedras e lançando fogo-de-artifício. Uma imagem do fundador do partido governista, O Sonho Georgiano, Bidzina Ivanishvili - um bilionário que fez fortuna na Rússia - foi queimada em frente ao parlamento.

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Para dispersas os manifestantes, o batalhão de choque da polícia utilizou balas de borracha, gás lacrimogêneo e canhões de água. Horas depois, o Ministério do Interior da Geórgia informou neste domingo que 27 manifestantes, 16 policiais e um jornalista foram hospitalizados.

O primeiro-ministro, Irakli Kobakhidze, ligado a Ivanishvili, advertiu u que "qualquer violação da lei será enfrentada com todo o rigor da lei".

O país do Cáucaso enfrenta uma crise política desde outubro, quando o partido governista, Sonho Georgiano, declarou vitória nas eleições legislativas. Tanto a oposição quanto a presidente pró-europeia Salomé Zurabishvili alegam que houve fraude eleitoral e que o Sonho Georgiano é um partido-fantoche da Rússia.

A tensão aumentou na última quinta-feira, após o governo, acusado de adotar uma postura autoritária pró-Rússia, decidir adiar as negociações para adesão à UE até 2028, embora tenha afirmado que espera alcançar a adesão até 2030. A Geórgia é candidata a integrar o bloco desde 2023.

A decisão levou a oposição pró-europeia a organizar protestos, tanto na capital, Tbilisi, quanto em outras cidades.

Na noite de sexta-feira, manifestações já haviam terminado com 107 pessoas presas por "desobediência a ordens policiais" e "atos de vandalismo", segundo o Ministério do Interior.

"Mais uma noite de violência em Tbilisi: o governo ilegítimo tenta com meios ilegais silenciar os georgianos que defendem a sua Constituição e a integração na Europa", escreveu neste domingo na rede social X a presidente da Geórgia, Salomé Zubashvili, opositora declarada do Sonho Georgiano, o partido governista.

Zubashvili, cujo mandato termina no próximo dia 16, anunciou que não deixará o cargo de chefe de Estado porque o atual Parlamento é ilegítimo e não pode eleger o novo presidente, cujos poderes são apenas representativos, de acordo com a Constituição.

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