Conteúdo publicado há 1 mês

Rússia rejeita troca de terras proposta pela Ucrânia: 'Impossível'

A proposta do presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, de trocar territórios ocupados em uma possível negociação de paz com a Rússia foi rejeitada nesta quarta-feira (12/02) por Moscou. "Isso é impossível. A Rússia nunca discutiu e nunca discutirá o tema da troca de seu território", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

Em entrevista ao jornal britânico The Guardian publicada no dia anterior, o governante ucraniano disse estar aberto a uma "troca direta" de territórios com a Rússia se seu homólogo americano, Donald Trump, conseguir levar os dois países à mesa de negociações para pôr fim a uma guerra que caminha para o seu terceiro ano.

O líder ucraniano disse que, se for o caso, estaria disposto a ceder as terras que Kiev detém na região russa de Kursk desde o lançamento de uma ofensiva surpresa no local, há seis meses.

"Trocaremos um território por outro", disse Zelenski, acrescentando não saber quanto das terras ocupadas pela Rússia a Ucrânia pediria em troca. "Não sei, veremos. Mas todos os nossos territórios são importantes, não há prioridade."

"Posição de poder"

Trump reiterou sua intenção de acabar com a guerra na Ucrânia, mas os céticos temem que um pacto moderado dos EUA significaria forçar Kiev a ceder às exigências maximalistas do presidente russo, Vladimir Putin.

Zelenski disse que está preparado para negociar, desde que a Ucrânia esteja em uma "posição de poder", e sugeriu que tentaria satisfazer Trump, oferecendo contratos lucrativos de reconstrução e concessões de investimento no país para empresas americanas.

"Aqueles que estão nos ajudando a proteger a Ucrânia terão a possibilidade de renová-los com suas empresas, em conjunto com empresas ucranianas", disse ele.

O presidente ucraniano afirmou que qualquer acordo deve incluir garantias de proteção para a Ucrânia pós-conflito e enfatizou que elas não podem vir apenas de seus aliados europeus. "Garantias de segurança sem os Estados Unidos não são garantias reais de segurança", sublinhou.

Continua após a publicidade

Troca de presos

Os comentários de Zelenski coincidiram com uma reaproximação entre Washington e Moscou. Os dois governos concordaram nesta terça-feira com uma "troca" de prisioneiros, informou a Casa Branca.

Marc Fogel, um professor americano de 63 anos de idade, detido na Rússia desde 2021, chegou aos Estados Unidos na noite de terça-feira. "Bem-vindo ao lar", escreveu Trump em sua conta na plataforma X, ao lado de um vídeo mostrando a chegada de Fogel à Casa Branca em uma noite de neve na capital.

"Eu me sinto o homem mais sortudo do mundo neste momento", disse o americano de dentro da Casa Branca, depois de fazer uma saudação ao presidente Trump.

"Temos sido tratados muito bem pela Rússia", disse Trump. "Na verdade, espero que seja o início de um relacionamento em que possamos acabar com essa guerra", acrescentou, afirmando está previsto para ser libertado nesta quarta-feira.

Esse acordo, "serve como uma demonstração de boa-fé por parte dos russos e é um sinal de que estamos caminhando na direção certa para acabar com a brutal e terrível guerra na Ucrânia", disse o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Mike Waltz.

Continua após a publicidade

Em troca da libertação de Fogel, um russo foi libertado pelos EUA. O Kremlin confirmou que o cidadão voltará à Rússia "nos próximos dias", sem divulgar sua identidade.

Após a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022, o ex-presidente Joe Biden reduziu drasticamente os contatos bilaterais com Moscou, embora tenha havido algumas reuniões discretas entre representantes dos governos.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.