Putin pede ao Parlamento aval para enviar tropas à Crimeia

Em Moscou

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, solicitou autorização ao Senado para o emprego das tropas russas destacadas na Crimeia, a fim de normalizar a situação nesta república autônoma ucraniana.

"Devido à extraordinária situação na Ucrânia, a ameaça para a vida dos cidadãos da Federação da Rússia (...), ao contingente das Forças Armadas da Federação da Rússia aquarteladas na Ucrânia (...) solicito ao Conselho da Federação (Senado) o emprego das Forças Armadas da Federação da Rússia em território da Ucrânia até a normalização sociopolítica nesse país", assinala o documento citado pelo Kremlin.

Protestos são reprimidos com violência na Ucrânia
Protestos são reprimidos com violência na Ucrânia

O Senado russo também se dirigiu ao líder do Kremlin para pedir que tome "todas as medidas possíveis para proteger a vida e a segurança dos cidadãos da Federação da Rússia que vivem na Ucrânia, nossos compatriotas e o contingente das Forças Armadas da Federação da Rússia aquartelado na Ucrânia".

IMPASSE COM A RÚSSIA MOTIVOU REVOLTA NA UCR NIA

As manifestações começaram em novembro, depois que o então presidente Viktor Yanukovich anunciou sua decisão de não assinar um acordo de cooperação com a União Europeia, que poderia, no futuro, ter a Ucrânia como um de seus membros.

A questão, no entanto, é mais complexa e tem raízes na história recente do país, nascido após a desintegração da ex-União Soviética.

O país está no meio de uma disputa de forças entre grupos que querem mais proximidade com a União Europeia e outros que têm mais afinidade com a Rússia. Yanukovich foi deposto em fevereiro, e novas eleições foram convocadas.

As atenções agora se viraram para a Crimeia, região autônoma da Ucrânia cuja maioria é alinhada à Rússia, que convocou um referendo sobre sua soberania.

As autoridades ucranianas, por outro lado, denunciaram a tomada em massa de alvos estratégicos na república autônoma da Crimeia por militares russos, entre muitos outros o aeroporto de Simferopol - a capital republicana -, um posto da Guarda de Fronteiras em Sebastópol e uma base antimísseis das Forças Aéreas da Ucrânia.

Homens armados com fuzis de assalto rodeiam o aeroporto de Simferopol, enquanto soldados da Frota do Mar Negro russa vigiam o porto marítimo "Crimeia-Cáucaso", que conecta por mar o território ucraniano com a Rússia.

Um navio de desembarque russo da classe "Zubr", capaz de transportar marines e blindados pesados, entrou hoje sem distintivos no porto comercial de Teodósia, onde permanece atracado, segundo a imprensa local.

Ontem, sete helicópteros de combate e oito aviões caça violaram o espaço aéreo da Ucrânia, assim como dez veículos blindado da Rússia entraram em Simferopol.

A Guarda de Fronteiras da Ucrânia declarou que seus navios se encontram em estado de alerta de combate para proteger alvos militares ucranianos.

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