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Malásia investiga possível vínculo terrorista ao desaparecimento de avião

De Bancoc

09/03/2014 02h34Atualizada em 14/04/2014 20h10

As autoridades da Malásia investigam um possível ataque terrorista contra o avião da Malaysia Airlines, que desapareceu provavelmente nas águas do Golfo da Tailândia com 239 pessoas a bordo, informou neste domingo (9) o ministro dos Transportes, Hishammuddin Hussein. As autoridades também ampliaram a área de busca nas águas após informarem que o avião pode ter dado um giro na rota antes de sumir.

Onde fica a Malásia

Os serviços de segurança investigam a lista de passageiros do voo MH370 após descobrirem que pelo menos dois deles viajavam com passaportes falsos e haver suspeitas sobre a identidade de pelo menos outros dois.

"Estamos investigando a lista inteira de passageiros, não só desses quatro", disse Hishammuddin em entrevista coletiva no aeroporto de Kuala Lumpur.

"Ao mesmo tempo, nosso serviço de inteligência foi ativado e certamente as unidades antiterroristas de todos os países relevantes foram informadas", acrescentou o ministro.

O italiano Luigi Marald e o austríaco Christian Kozel aparecem na lista de 227 passageiros que viajavam de Kuala Lumpur para Pequim no sábado, mas nenhum dos dois estava na Malásia nesse dia.

Marald teve o passaporte roubado há um ano durante férias na Tailândia, e Kozel estava na Áustria e, como o primeiro, teve o passaporte roubado na Tailândia dois anos antes, comprovaram as autoridades.

Os Estados Unidos enviaram uma equipe de especialistas do Conselho Nacional de Segurança no Transporte, acompanhados de assessores técnicos da Boeing, a fabricante do avião, e da Administração Federal de Aviação americana para ajudar nos trabalhos de investigação sobre o que aconteceu com a aeronave.

Os passaportes roubados somados ao fato de o avião ter desaparecido em uma região sem problemas meteorológicos alimentaram as especulações sobre um possível ataque terrorista.

Além disso, o diretor da Administração da Aviação Civil do Vietnã, Lai Xuan Thanh, qualificou de "estranho" que o equipamento eletrônico do avião da Malaysia Airlines não tenha enviado automaticamente sinais por satélite.

Voo pode ter dado volta antes de sumir

As equipes de resgate ampliaram a área de busca nas águas do Golfo da Tailândia após informarem que o avião da Malaysia Airlines pode ter dado um giro na rota antes de desaparecer.

O ministro da Defesa e de Transportes, Hishammuddin Hussein, disse que as autoridades estudam todas as possíveis razões de uma meia-volta deste tipo, sem descartar a possibilidade de um ataque terrorista.

"O desaparecimento do MH370 não é algo que possamos analisar superficialmente e não podemos descartar nenhuma possibilidade. As agências de inteligência de países relevantes foram informadas e compartilharemos a informação à medida que a investigação avançar", disse Hishammuddin.

Em entrevista coletiva posterior, autoridades da Aviação Civil e das Forças Armadas malaias disseram que os radares confirmam que o avião realizou essa manobra de giro, mas que não houve nenhuma comunicação do piloto como o protocolo estabelece.

Também não foi recebida nenhuma mensagem de alerta ou emergência vinda do avião antes de desaparecer, acrescentaram.

Hishammuddin confirmou a presença de manchas de óleo no mar entre Malásia e Vietnã, mas ressaltou que, por enquanto, não foi encontrado nenhum destroço da aeronave.

  • Reprodução de site mostra a última posição informada do voo MH370, da Malaysian Airlines, em vermelho. De acordo com o portal flightradar, o último contato aconteceu 40 minutos após o voo, já a Malaysian Airlines fala em cerca de 1 hora de contato

O Boeing 777-200 partiu de Kuala Lumpur à 0h41 no horário local (13h41 da sexta-feira em Brasília) e deveria aterrissar em Pequim seis horas mais tarde, mas perdeu o contato com a torre de controle de Subang, ainda na Malásia, às 2h40 (hora local).

O piloto é um malaio de 53 anos com uma longa experiência na companhia, na qual ingressou em 1981 e onde já realizou 18.365 horas de voo.