Frei Betto pede reabilitação de Giordano Bruno para papa Francisco
O teólogo dominicano Frei Betto pediu ao papa Francisco a reabilitação de Giordano Bruno, o filósofo e astrônomo italiano condenado à fogueira pela Inquisição em 1.600 por considerar heréticos seus postulados filosóficos.
A revelação foi feita pelo teólogo em entrevista concedida ao jornal italiano "La Repubblica" divulgada nesta quinta-feira. O encontro entre Frei Betto e Francisco ocorreu na residência do pontífice, a casa Santa Marta.
O religioso brasileiro pediu na ocasião a reabilitação de Giordano Bruno, que também é da ordem dos dominicanos, para se "fazer justiça".
"Pedi a ele a reabilitação oficial de Giordano Bruno. Acho que a Igreja finalmente pode lhe devolver a dignidade perdida, e fazer assim justiça. Pedi porque acho que o contexto é propício para este tipo de reivindicação", explicou Frei Betto.
O papa argentino respondeu que "rezaria". O teólogo garantiu que se sentiu satisfeito por não ter recebido uma resposta negativa sobre a reabilitação de Giordano Bruno, que segundo sua opinião foi um "humanista".
Frei Betto disse que como Santo Tomás de Aquino, "os escritos de Giordano Bruno superarão a passagem do tempo para se transformar em uma contribuição fundamental para a Teologia".
Em 29 de fevereiro de 2012, o Vaticano liberou cem documentos secretos, entre os quais se encontrava o sumário do julgamento do pensador dominicano, queimado na fogueira por seus postulados sobre o Universo.
Giordano Bruno, nascido na cidade italiana de Nola, em 1548, foi queimado ao ser considerado herege e apóstata em 17 de fevereiro de 1600 na praça romana de Campo de Fiori e, 412 anos depois, seu caso segue atraindo estudiosos e homens da Igreja.
Durante a entrevista, Frei Betto também conversou sobre a Teologia da Libertação com Francisco.
"Pedi que o papa deve ser para a Teologia da Libertação um pai amoroso, como de fato o é, porque todos nós, teólogos, somos filhos da Igreja", afirmou.
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