Egito adia para novembro a sentença de Mubarak pela morte de manifestantes
O Tribunal Penal do Cairo adiou neste sábado para o próximo dia 29 de novembro a leitura da sentença do julgamento do ex-presidente egípcio Hosni Mubarak pela morte de manifestantes na revolução de 2011.
O juiz Mahmoud al Rachidi explicou que só foi possível revisar 60% da documentação do caso, que consta de 160 mil páginas, e que tanto Mubarak como os demais acusados permanecerão em prisão preventiva.
No início da sessão, Al Rachidi afirmou que a grande quantidade acumulada de documentos impedia - como exige a lei - tê-los presentes no momento de ditar a sentença.
Em seguida foi exibido um vídeo que mostrava o conjunto de papéis e no qual se detalhava o tipo de provas e relatórios recopilados.
Mubarak, de 86 anos, tinha chegado de helicóptero à sessão, realizada na Academia da Polícia, nos arredores do Cairo, vindo do hospital de Maadi, no sul da capital, onde está sob prisão domiciliar. Dentro da sala permaneceu em uma maca.
O ex-ministro do Interior, Habib al Adli, e seis de seus ajudantes também estão sendo julgados pelo massacre de manifestantes.
Além disso, Mubarak enfrenta acusações junto com seus dois filhos, Alaa e Gamal, e o empresário foragido Hussein Salem, por suposta corrupção e enriquecimento ilícito pela exportação de petróleo a Israel a preços supostamente inferiores aos do mercado.
O novo julgamento de Mubarak começou em 13 de abril de 2013, depois que em janeiro desse ano uma corte anulou a condenação à prisão perpétua imposta ao ex-presidente e a Al Adli por irregularidades, e resolveu repetir o julgamento.
Revolta de 2011 matou mais de 800 pessoas
Segundo um balanço oficial, 846 pessoas morreram, e milhares ficaram feridas durante a revolta ocorrida há quase quatro anos.
O ex-presidente, de 86 anos, está sendo julgado junto com seu ex-ministro do Interior Habib al Adly e seis ex-altos responsáveis dos serviços de segurança.
Por problemas de saúde, Mubarak se encontra detido em um hospital militar do Cairo.
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