Dezenas de milhares de seguidores houthis se manifestam na capital do Iêmen
Os presentes marcharam pela estrada que vai em direção ao aeroporto, no norte da capital, portando armas, em sua maioria fuzis kalashnikov, enquanto helicópteros militares sobrevoavam a manifestação, segundo pôde constatar a Agência Efe.
Além disso, entoaram palavras de ordem como "Liberdade para Sana" ou "Liberdade para Áden", em referência, respectivamente, à capital iemenita e à segunda cidade mais importante do país, no sul, onde se encontra o principal porto.
Além disso, exibiram fotografias do líder do movimento, Abdul Malik al Houthi, e cartazes com o lema do grupo "Deus é grande, morte à América, morte a Israel, maldição aos judeus e a vitória do islã".
Como contraponto, apenas uma dezena de pessoas saiu às ruas de Sana para apoiar o governo com cartazes onde se podia ler "Não ao golpe" e "Não à milícia", em referência ao movimento xiita dos houthis.
Por outro lado, segundo disseram à Efe testemunhas, em Áden também se reuniram milhares de partidários do movimento separatista do sul para condenar o ataque ao palácio presidencial em Sana por parte dos houthis, ocorrido na terça-feira passada.
Os cidadãos do sul do país simpatizam com o presidente Mansur Hadi, que tem origens nessa região.
Mansur Hadi e o primeiro-ministro, Khaled Bahah, justificaram sua renúncia pela crise que vive o Iêmen, que ambos líderes disseram sentir-se incapazes de solucionar.
E isso apesar de os houthis e o presidente terem estabelecido na quarta-feira passada um cessar-fogo e alcançado um pacto pelo qual ambas partes cediam em suas condições, com o objetivo de pôr fim à crise.
Os combatentes xiitas tomaram o controle nos últimos meses de sete províncias do Iêmen, inclusive sua capital, onde a tensão aumentou nesta semana com o ataque às sedes presidenciais.