Estado Islâmico controla maior parte de campo de refugiados na Síria

O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) controla a maior parte do campo de refugiados palestinos de Al Yarmouk, no sul de Damasco e a cerca de cinco quilômetros do centro da capital síria, disse nesta sexta-feira (3) à Agência Efe uma fonte palestina.

O diretor de Assuntos Políticos da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) na capital síria, Anwar Abdul Hadi, afirmou que o EI domina 90% do campo, após choques contra a organização Aknaf Beit al Maqdis, uma facção palestina opositora ao regime de Bashar al Assad.

O Observatório Sírio de Direitos Humanos rebaixou a área sob controle do EI para 70% e explicou que o avanço dos jihadistas ocorre porque Aknaf Beit al Maqdis sofre com a escassez de munição.

Hadi disse que nas últimas horas houve um grande deslocamento de civis residentes em Al Yarmouk fugindo para outros locais, embora 12 mil pessoas ainda permaneçam no local, muitos deles menores.

O Observatório Sírio de Direitos Humanos acrescentou que os combates entre o EI e seus oponentes ainda continuam, e que os radicais tomaram hoje o hospital Al Basal, a mesquita e o parque Abdel Kader al Hussein.

A ONG denunciou que os extremistas capturaram dezenas de adversários e cidadãos nas áreas que dominam, onde vários milicianos de Aknaf Beit al Maqdis se renderam perante o avanço e juraram lealdade ao EI.

A agência de notícias oficial síria "Sana" apontou que Al Yarmouk está sob o controle de organizações terroristas e que não há nenhuma presença das forças armadas em seu interior há muito tempo.

O EI lançou na quarta-feira um ataque desde o distrito Al Hayar al Asuad, na periferia da capital, para tomar o controle de Al Yarmouk.

Até agora não havia sido documentada a presença de elementos do EI dentro de Damasco.

Hadi disse que o EI contou com a colaboração da Frente al Nusra, unidade síria da Al Qaeda, para se infiltrar em Al Yarmouk, embora ambas as organizações combatam entre si em outras partes do país.

A Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA) expressou "preocupação extrema" pela segurança e a proteção dos civis sírios e palestinos no local.

Os insurgentes assumiram o controle do local em dezembro de 2012 e, desde então, as ruas do campo vivem enfrentamentos entre grupos opositores e forças governamentais, apoiadas pela Frente Popular para a Libertação da Palestina-Comando Geral (FPLP-CG).