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Austrália está convencida que procura destroços do MH370 "no lugar correto"

Malásia confirmou que o aerofólio achado na ilha Reunião é mesmo do MH370 - Yannick Pitou/AFP
Malásia confirmou que o aerofólio achado na ilha Reunião é mesmo do MH370 Imagem: Yannick Pitou/AFP

Em Sydney

06/08/2015 01h36

As autoridades australianas se mostraram convencidas nesta quinta-feira (6) de que estão buscando "no lugar correto" o avião desaparecido da Malaysia Airlines, depois que a Malásia confirmou que o aerofólio achado na ilha Reunião é mesmo do MH370.

O MH370 desapareceu há 17 meses com 239 pessoas a bordo apenas 40 minutos após ter decolado de Kuala Lumpur com destino a Pequim e depois que alguém desligou os sistemas de comunicação.

O comissário chefe do Escritório para a Segurança no Transporte da Austrália, Martin Dolan, disse que ainda é cedo demais para determinar o que ocorreu com o avião, cuja busca no sul do oceano Índico está coordenada pela Austrália.

"(O achado na ilha Reunião) é consistente com o trabalho que estivemos fazendo, por isso que temos a confiança que estamos buscando na região correta e que encontraremos o avião ali", disse Dolan à emissora "ABC Radio".

O comissário ressaltou que "será preciso um exame mais minucioso (do aerofólio) para saber quanto mais poderemos aprender" sobre o que ocorreu ao avião que desapareceu sem deixar rastro.

A operação de busca rastreou até o momento 50.000 quilômetros quadrados dos 120.000 que tem a região submarina no sul do oceano Índico onde os analistas calcularam que caiu o avião após analisar dados de satélites.

O primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, reiterou que manterá esta operação de busca para a qual até o momento foram destinados US$ 73 milhões.

"O fato de estes destroços possivelmente serem do MH370 vem a confirmar-nos que caiu no Índico. Isto é consistente com o padrão de busca que utilizamos nos últimos meses e esperamos que isto dê algum resultado", disse Abbott à emissora "3AW".

"Devemos às famílias das pessoas desaparecidas nesse avião tentar resolver o mistério e devemos isso também aos viajantes que evidentemente querem ter a confiança que estão seguros no ar", acrescentou.

Ontem, o primeiro-ministro malaio, Najib Razak, confirmou que o pedaço da asa achado no dia 29 de julho em uma praia de Reunião, no oceano Índico, e que está sendo examinado na França, pertence ao avião desaparecido.

Especialistas enviados pela Boeing já tinham confirmado que as características técnicas do fragmento são de um aparelho 777, o mesmo modelo que sumiu em 8 de março de 2014 sem deixar rastro.

A ministra das Relações Exteriores australiana, Julie Bishop, admitiu que após a verificação da Boeing "se pode presumir" que a peça corresponde ao avião de Malaysia Airlines, o único 777 desaparecido na região.

"Acredito que o primeiro-ministro Najib disse o que todo o mundo acredita e, isto é, que se trata do MH370", comentou Bishop.

Por sua vez, o procurador adjunto de Paris, Serge Mackowiak, responsável pela investigação judicial, se mostrou mais prudente e evitou confirmar que a peça seja do MH370, à espera dos resultados das análises complementares que continuarão hoje.