Topo

Milhares de chilenos passarão a noite em áreas elevadas por alerta de tsunami

Em Santiago do Chile

17/09/2015 01h01

Milhares de cidadãos de localidades costeiras do Chile passarão a noite desta quarta-feira (16) em áreas elevadas após o alerta de tsunami decretado devido ao terremoto de magnitude 8,3 que sacudiu grande parte do país.

O Serviço Hidrográfico e Oceanográfico da Marinha chilena (SHOA, sigla em espanhol) decretou o alerta de tsunami em toda a costa do Chile depois do tremor registrado às 19h54 locais (mesma hora de Brasília), que estremeceu parte do norte, do centro e do sul do território e deixou ao menos cinco mortos, além de danos materiais.

Na maioria das localidades litorâneas, a população se deslocou de forma controlada para as áreas seguras.

O Escritório Nacional de Emergência do Chile (Onemi, sigla em espanhol), vinculado ao Ministério do Interior, informou que na cidade litorânea de Coquimbo, no norte do país, chegaram ondas de 4,5 metros, enquanto em Valparaíso, o principal porto do Chile, a ressaca chegou perto de dois metros.

 

As ondulações também atingiram a Ilha de Páscoa, situada a 3.700 quilômetros do continente, e o arquipélago Juan Fernández, onde a população que vive em áreas de risco se refugiou em pontos mais elevados das ilhas.

Autoridades do Ministério da Educação anunciaram a suspensão das aulas nesta quinta-feira em oito regiões do país.

A Gendarmaria do Chile, órgão que faz o gerenciamento das penitenciárias, informou que os internos foram evacuados de diferentes prisões localizadas em áreas risco nos municípios de Illapel, Arauco, Chañaral e Iquique.

Na cidade litorânea de Dichato, no sul, que foi destruída em quase 70% no terremoto de 2010, as ondas avançaram cerca de 30 metros e causaram danos em vários estabelecimentos comerciais.

Cristian Galleguillos, prefeito de Coquimbo, no norte do país, confirmou que vários ocupantes de um veículo estão desaparecidos depois que fortes ondulações avançaram mais de 500 metros além da margem litorânea.

 

Várias distribuidoras de energia elétrica informaram que o terremoto provocou a interrupção do fornecimento para milhares de clientes em suas áreas de concessão.

A companhia aérea LAN indicou que alguns de seus voos poderiam sofrer atrasos por causa das réplicas do terremoto e anunciou que seu pessoal está acompanhando constantemente a situação para retomar suas operações o mais rápido possível.

Este é o segundo terremoto mais forte dos últimos 55 anos no Chile, depois do de magnitude 8,8 que sacudiu o país em 27 de fevereiro de 2010 e foi acompanhado por um tsunami que arrasou várias localidades costeiras e insulares do centro e do sul do país, deixando 526 mortos e prejuízos de cerca de US$ 30 bilhões.