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Polícia israelense recomenda que cidadãos com porte saiam com suas armas

Ahmad Gharabli/AFP
Imagem: Ahmad Gharabli/AFP

Em Jerusalém

08/10/2015 06h37

A polícia de Israel está recomendando aos cidadãos do país que possuem porte que saiam com suas armas às ruas durante os dias de violência para colaborar na segurança pública, disse nesta quinta-feira (8) à Agência Efe uma porta-voz policial.

"Trata-se de uma recomendação, não de uma ordem", confirmou para a Efe Luba Samri depois que alguns comandantes da polícia e políticos fizeram esse pedido em público por causa da onda de violência que assola a região há três semanas e que piorou consideravelmente desde a última quinta-feira.

Fontes policiais consideram que a colaboração dos cidadãos frente ao que chamam de "lobos solitários", em alusão aos ataques individuais de palestinos, é imprescindível, já que não são ações possíveis de serem prevenidas com informação de inteligência.

"Acredito que (a recomendação) é necessária para potencializar a sensação de segurança", disse o subcomissário Omri Shakel, chefe de um dos distritos policiais do sul do país.

Essa recomendação também foi feita hoje por Nir Barkat, prefeito de Jerusalém, um dos focos de maior tensão desde 13 de setembro.

"O prefeito pede aos cidadãos com porte que levem suas armas para potencializar a segurança, e dará o exemplo portando a sua", confirmaram fontes da prefeitura ao serviço de notícias "Walla".

Em três dos ataques de ontem em Jerusalém, Kiryat Gat e Petahtikva foram dois civis que ajudaram a polícia a render e abater os agressores.

"É desnecessário e complicará mais as coisas", se queixou a deputada Meirav Mijaeli, do partido União Sionista, para quem uma situação com tantas armas de fogo nas ruas pode levar a uma escalada ainda maior, além de erros.

Em um ataque ontem na Cidade Antiga de Jerusalém, testemunhas palestinas contradizem a versão policial de que uma mulher investiu com uma faca contra um homem israelense e asseguram que a suposta agressora não apunhalou ninguém, mas apenas empurrou a vítima que depois respondeu com disparos.

"Tudo está sendo investigado, mas neste caso essa alegação é uma bobagem", disse a porta-voz à Efe, ao argumentar que tudo esta gravado nas câmeras que estão na Cidade Antiga.

Em ondas anteriores de violência, entre elas a segunda intifada, também houve queixas sobre o uso de armas por civis, já que costuma ter resultados mais letais em circunstâncias nas quais os agentes profissionais da polícia talvez tivessem a capacidade de render o agressor sem abatê-lo.

Segundo um relatório do parlamento, o registro oficial do Ministério do Interior contemplava em 2010 um total de 181 mil licenças, a imensa maioria para a posse de pistolas, mas isso não quer dizer que todos tenham uma arma em utilização.