Após morte de menor, Hamas diz que Israel não está interessada na calma
O movimento islamita Hamas afirmou neste domingo (25) que Israel não está interessado em acalmar os ânimos depois de mais de três semanas de violência, após a morte hoje de uma jovem de 17 anos em Hebron por disparos de policiais israelenses.
O caso, disse o porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri, "mostra que a Ocupação (Israel) insiste em seguir com as execuções de gente indefesa", se referiu sobre a jovem que, segundo a polícia israelense, morreu pelos disparos de dois agentes que tentou atacar em uma colônia judia dentro da cidade palestina de Hebron.
Como em outros casos anteriores desde que começou a atual onda de violência, o testemunho de palestinos descarta que a jovem tivesse uma faca e assegura que ia à escola com sua mochila quando os agentes dispararam.
"Estes crimes demonstram as mentiras da Ocupação sobre que deseja a calma", acrescentou Abu Zuhri, para quem "esta escalada israelense é resultado do encobrimento da América e da fraqueza árabe", em aparente referência ao acordo mediado pelos Estados Unidos para a instalação de câmeras na Esplanada das Mesquitas de Jerusalém.
O pacto, destinado a reduzir as tensões ao redor desse lugar sagrado, foi alcançado neste fim de semana pelo secretário de Estado americano, John Kerry, com o apoio da Jordânia, onde se reuniu com o presidente palestino, Mahmoud Abbas.
O Hamas, que governa em Gaza e é a favor de uma terceira intifada, rejeitou as chamadas à calma porque "seria um crime contra o povo palestino".
Desde Ramala, também o ministro das Relações Exteriores no governo da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Riad al-Maliki, mostrou sua desconfiança nesse acordo e nas promessas do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, de que os judeus não rezarão no complexo que abriga a Mesquita de al-Aqsa.
"Em encontros anteriores na Jordânia com o rei Abdullah (2º) e o secretário de Estado, (John) Kerry, Netanyahu garantiu que não seriam impostas restrições à reza (de muçulmanos) em al-Aqsa", lembrou em entrevista à Voz da Palestina.
Além disso, considerou que as câmeras são uma "nova armadilha" das quais Israel se beneficiará para prender palestinos.
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