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Tribunal militar israelense se recusa a libertar palestino em greve de fome

Família do jornalista palestino Mohammed al-Qiq, preso por Israel desde novembro e que está em greve de fome  - Hazem Bader/AFP
Família do jornalista palestino Mohammed al-Qiq, preso por Israel desde novembro e que está em greve de fome Imagem: Hazem Bader/AFP

Em Jerusalém

16/01/2016 18h39

Um tribunal militar israelense rejeitou um recurso para pôr fim à detenção administrativa do jornalista palestino Mohammed Al Qiq, enquanto os médicos temem por sua vida após 52 dias em greve de fome para protestar contra sua situação.

"Al Qiq se encontra em um hospital em Afula, em Israel, e seu estado de saúde é muito delicado. Segundo os médicos, ele poderia morrer a qualquer momento", informou neste sábado à Agência Efe o ministro de Assuntos para os Prisioneiros da Palestina, Issa Qaraqe.

Segundo Qaraqe, a corte israelense rejeitou o recurso e decidiu estender por mais seis meses a detenção administrativa, uma figura legal que permite a Israel deter suspeitos sem apresentar provas nem realizar julgamentos, por períodos renováveis de seis meses.

Al Qiq, de 33 anos, decidiu recorrer à greve de fome para protestar contra sua detenção em seu domicílio de Ramala, na Cisjordânia, no último mês de novembro.

Ontem mesmo a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) emitiu um comunicado no qual mostrava sua preocupação pelo caso de Al Qiq, e pedia às autoridades israelenses sua liberdade e que garantissem para o repórter uma investigação "transparente e imparcial" sobre suas acusações.

Além disso, destacava que a mulher do jornalista, Fayha Shalash, vincula sua detenção com seu trabalho informativo sobre Israel e Palestina.

A situação de Al Qiq é grave após perder 13 quilos e apresentar um quadro médico que inclui dor de cabeça permanente, mal-estar no estômago e articulações, além de vômitos, assinalou recentemente o Centro Palestino pelos Direitos Humanos (PCHR).

A organização também condenou a alimentação forçosa do prisioneiro sob o amparo da legislação israelense, uma prática que foi criticada por várias organizações por vulnerar os direitos dos detidos e pôr em risco sua saúde.

Qaraqe comunicou à Efe que as autoridades palestinas planejam levar o caso de Al Qiq perante a Suprema Corte israelense.