Eleição presidencial no Haiti segue em aberto após novo adiamento do 2º turno
Etant Dupain.
Porto Príncipe, 22 jan (EFE).- O Conselho Provisório Eleitoral (CEP) do Haiti adiou nesta sexta-feira o segundo turno das eleições presidenciais do próximo domingo e deixou no ar o futuro do governo do país, já que o mandato do atual líder, Michel Martelly, termina em 7 de fevereiro.
Durante a última semana, que esteve marcada pelas manifestações convocadas pela oposição contra o pleito, a possibilidade de adiamento já tinha surgido após a desistência do opositor Jude Celestin, que questiona a parcialidade do órgão eleitoral.
Martelly, no entanto, tinha dito que sua intenção era manter as eleições neste domingo e entregar o poder de "maneira constitucional".
Fontes políticas disseram à Agência Efe que, após o cancelamento das eleições, é possível que um governo provisório seja formado depois do dia 7 de fevereiro, possivelmente liderado pelo primeiro-ministro, Paul Evans, ou aplicando alguma outra forma sugerida pelo parlamento do país. A medida seria tomada para normalizar a situação antes da convocação de um novo segundo turno.
Por outro lado, aliados de Martelly afirmaram que o atual presidente deveria permanecer do poder além do fim de seu mandato até que seu sucessor seja eleito pelas urnas.
A medida tomada pelo CEP interrompeu por alguns minutos os violentos protestos contra as eleições do domingo, mas as manifestações foram retomadas logo depois, uma mostra do descontentamento com Martelly.
Em entrevista coletiva, o presidente do CEP, Pierre Opont, disse que a decisão de cancelar o pleito tinha sido tomada por "razões de segurança" e depois de alguns membros do conselho terem sido ameaçados de morte.
"Essa é uma vitória para todo o setor democrático do país", disse Celestin à imprensa local depois do adiamento das eleições.
O candidato de oposição renunciou à disputa há quatro dias, depois de denunciar uma fraude no primeiro turno, realizada no dia 25 de agosto, quando foi superado pelo candidato governista, Jovenel Moisé, que manteve sua eleitoral até instantes antes do adiamento.
Muitos simpatizantes da oposição participaram dos protestos que se estenderam pelo nordeste do país após terem sacudido o centro da capital, Porto Príncipe, e distrito de Pétionville, um dos mais importantes e seguros da cidade.
Os manifestantes incendiaram carros e saquearam lojas, obrigando as forças de segurança a usaram bombas de gás lacrimogêneo e dar tiros para o alto para dispersar a multidão.
"Há feridos, mas ainda não sabemos quantos", disse um agente que pediu para não ser identificado.
Uma menina morreu baleada na região de Carrefour Feuilles, em Porto Príncipe, mas por enquanto não se sabe se sua morte está relacionada com os protestos.
Pouco antes do anúncio, o CEP tinha ordenado a suspensão da distribuição de material de campanha e que os candidatos coletassem os panfletos já espalhados por várias regiões do país.
Além disso, o chamado "Core Group" divulgou pouco antes do adiamento um comunicado no qual evitava citar a data das eleições e pedia que os políticos do Haiti encontrassem uma saída que garanta a renovação democrática das instituições do país.
O grupo é integrado pelos embaixadores do Brasil, Canadá, França, Espanha, Estados Unidos, União Europeia e pelos representantes da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah).
A decisão do CEP ocorre depois de o primeiro-ministro do Haiti ter revelado que havia várias opções sobre a mesa de negociações para resolver a situação.
Porto Príncipe, 22 jan (EFE).- O Conselho Provisório Eleitoral (CEP) do Haiti adiou nesta sexta-feira o segundo turno das eleições presidenciais do próximo domingo e deixou no ar o futuro do governo do país, já que o mandato do atual líder, Michel Martelly, termina em 7 de fevereiro.
Durante a última semana, que esteve marcada pelas manifestações convocadas pela oposição contra o pleito, a possibilidade de adiamento já tinha surgido após a desistência do opositor Jude Celestin, que questiona a parcialidade do órgão eleitoral.
Martelly, no entanto, tinha dito que sua intenção era manter as eleições neste domingo e entregar o poder de "maneira constitucional".
Fontes políticas disseram à Agência Efe que, após o cancelamento das eleições, é possível que um governo provisório seja formado depois do dia 7 de fevereiro, possivelmente liderado pelo primeiro-ministro, Paul Evans, ou aplicando alguma outra forma sugerida pelo parlamento do país. A medida seria tomada para normalizar a situação antes da convocação de um novo segundo turno.
Por outro lado, aliados de Martelly afirmaram que o atual presidente deveria permanecer do poder além do fim de seu mandato até que seu sucessor seja eleito pelas urnas.
A medida tomada pelo CEP interrompeu por alguns minutos os violentos protestos contra as eleições do domingo, mas as manifestações foram retomadas logo depois, uma mostra do descontentamento com Martelly.
Em entrevista coletiva, o presidente do CEP, Pierre Opont, disse que a decisão de cancelar o pleito tinha sido tomada por "razões de segurança" e depois de alguns membros do conselho terem sido ameaçados de morte.
"Essa é uma vitória para todo o setor democrático do país", disse Celestin à imprensa local depois do adiamento das eleições.
O candidato de oposição renunciou à disputa há quatro dias, depois de denunciar uma fraude no primeiro turno, realizada no dia 25 de agosto, quando foi superado pelo candidato governista, Jovenel Moisé, que manteve sua eleitoral até instantes antes do adiamento.
Muitos simpatizantes da oposição participaram dos protestos que se estenderam pelo nordeste do país após terem sacudido o centro da capital, Porto Príncipe, e distrito de Pétionville, um dos mais importantes e seguros da cidade.
Os manifestantes incendiaram carros e saquearam lojas, obrigando as forças de segurança a usaram bombas de gás lacrimogêneo e dar tiros para o alto para dispersar a multidão.
"Há feridos, mas ainda não sabemos quantos", disse um agente que pediu para não ser identificado.
Uma menina morreu baleada na região de Carrefour Feuilles, em Porto Príncipe, mas por enquanto não se sabe se sua morte está relacionada com os protestos.
Pouco antes do anúncio, o CEP tinha ordenado a suspensão da distribuição de material de campanha e que os candidatos coletassem os panfletos já espalhados por várias regiões do país.
Além disso, o chamado "Core Group" divulgou pouco antes do adiamento um comunicado no qual evitava citar a data das eleições e pedia que os políticos do Haiti encontrassem uma saída que garanta a renovação democrática das instituições do país.
O grupo é integrado pelos embaixadores do Brasil, Canadá, França, Espanha, Estados Unidos, União Europeia e pelos representantes da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah).
A decisão do CEP ocorre depois de o primeiro-ministro do Haiti ter revelado que havia várias opções sobre a mesa de negociações para resolver a situação.
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