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Tempestade se intensifica no leste dos EUA e deixa diversos estados em alerta

Cristina García Casado

23/01/2016 18h53

A grande tempestade de neve e fortes ventos que paralisa desde esta sexta-feira (22) a costa leste dos Estados Unidos se intensificou neste sábado (23) em dez estados e ameaça a área de Nova York, onde são temidas acúmulos históricos de neve e inundações.

Dez estados e a capital, Washington D.C., estão em estado de emergência por uma tempestade que afeta 85 milhões de pessoas, mantém 33 milhões em máximo alerta e já causou pelo menos 11 mortes.

A tempestade começou a se intensificar na noite da sexta-feira e, à medida que avança rumo ao norte, piora sua previsão: a neve já não é o único problema, agora as autoridades temem as inundações, que já começaram no litoral de Nova Jersey.

Nova York foi nesta manhã o último estado em declarar situação de emergência, já vigente em Washington D.C., Maryland, Virgínia, Pensilvânia, Carolina do Norte, Tennessee, Kentucky, Delaware, Nova Jersey e Geórgia.

A forte tempestade, batizada como Jonas pelo The Weather Channel, pode se transformar na maior nevasca da história de Washington D.C. com 76 centímetros de acúmulo e se situar entre as piores cinco nevascas de Nova York em mais de um século, com 75 centímetros.

A circulação de veículos na cidade de Nova York está proibida desde 14h30 local (17h30, em Brasília), medida que afeta também Long Island, que se estende ao leste da ilha de Manhattan.

As autoridades de Nova York também decretaram o fechamento das pontes e túneis que ligam a ilha de Manhattan com o resto do país a partir da mesma hora, algo que já foi coordenado com o vizinho estado de Nova Jersey.

A grande avenida dos teatros nova-iorquinos, Broadway, cancelou todos os espetáculos previstos para hoje perante a chamada do prefeito, Bill de Blasio, para que todos os estabelecimentos enviem seus funcionários para casa.

Também foram canceladas grandes competições esportivas que ocorreriam amanhã em Washington D.C., Filadélfia, Nova York e outras cidades afetadas.

As perigosas condições nas estradas, provocadas pelo vento e pela neve, causaram a morte de pelo menos dez pessoas, seis na Carolina do Norte, duas no Tennessee, uma na Virgínia, e uma em Kentucky.

Além disso, outra pessoa morreu enquanto retirava neve em Maryland.

Dezenas de pessoas ficaram presas por mais de 12 horas em uma estrada de Kentucky e outras tantas viveram a mesma situação em uma estrada da Pensilvânia e em uma da Virgínia Ocidental.

Outra consequência muito temidas são os cortes elétricos em grande escala, que até agora afetaram sobretudo a Carolina do Norte, onde ao redor de 150 mil pessoas ficaram sem serviço.

Washington D.C. mantém fechado o transporte público da capital, que serve os vizinhos estados de Maryland e Virgínia, enquanto Nova York cancelou o transporte de ônibus e os trajetos exteriores do metrô.

A tempestade afetará um total de 85 milhões de pessoas e às 33 milhões que vivem nas zonas mais ameaçadas foram avisadas para não sair de casa se não for absolutamente necessário.

O tráfego aéreo foi muito afetado pela tempestade, com 3.688 cancelamentos ontem, 4.903 hoje e 1.578 amanhã, segundo a apuração do site "FlightAware".

O aeroporto Ronald Reagan, o mais próximo a Washington, embora situado na Virgínia, amanheceu hoje com 35 centímetros de neve e na base aérea de Langley (Virgínia) os ventos alcançaram 120 km/h.

A previsão da tempestade, que começou ontem, é que dure pelo menos até a noite de hoje e deixe máximos de até 76 centímetros de neve com ventos de até 96 km/h.

A grande tempestade também afeta a campanha eleitoral. O pré-candidato republicano à Casa Blanca Chris Christie foi embora ontem de New Hampshire, onde em breve será realizada uma das primárias mais importantes, para exercer sua função de governador de Nova Jersey durante esta situação de emergência.

As autoridades de Washington D.C. e Nova York, as cidades mais afetadas, insistem que a pior da tempestade está por vir e pedem que seus cidadãos não saiam de casa por segurança e para facilitar o trabalho das máquinas para remover a neve.