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Manhattan perde exclusividade e arranha-céus se expandem por Nova York

24/01/2016 06h03

Mario Villar.

Nova York, 24 jan (EFE).- Manhattan foi, é e continuará sendo a ilha dos arranha-céus de Nova York, mas, pouco a pouco, os edifícios gigantes começam a se espalhar por outras regiões da principal cidade dos Estados Unidos.

No Brooklyn, por exemplo, será construído um prédio de 325 metros de altura, que se transformará no mais alto da região que reúne o maior número de habitantes da 'Big Apple'. Apesar de não poder se comparado ao novo World Trade Center (541 metros), o novo arranha-céu será o sexto maior de Nova York, atrás ainda do Empire State Building e do Chrysler Building.

Seus 73 andares, no entanto, representam uma mudança para as demais regiões da cidade. Fora de Manhattan, o edifício mais alto de Nova York, no Queens, tem 50 andares e uma altura de 201 metros.

A torre mais alta do Brooklyn, atualmente, tem 190 metros. Durante muitos anos, o horizonte da região foi dominado por um único edifício, o Williamsburgh Savings Bank, construído em 1929.

No entanto, com o preço da moradia disparando nos últimos anos, o Brooklyn vive um pleno boom da construção e há previsão da construção de milhares de apartamentos nos próximos anos.

As tradicionais "brownstones" e outros prédios baixos que dominavam o Brooklyn até então estão ganhando companhia de vários edifícios com fachadas de vidro, vários deles maiores que os 150 metros de altura, que permitirão um crescimento da região.

Com mais de 2,6 milhões de habitantes, o Brooklyn, se fosse uma cidade independente, competiria com Chicago para ser a terceira maior dos Estados Unidos. Manhattan tem aproximadamente 2 milhões de moradores, mas não deve ficar atrás quanto aos arranha-céus.

Após a inauguração em 2014 da nova torre do World Trade Center, a mais alta do país, a ilha ganhou no ano passado o número 432 da Park Avenue, o maior prédio residencial do mundo, de 426 metros. Nos próximos anos, será concluída a construção do Central Park Tower, com 472 metros, e outras seis estruturas acima dos 300 metros.

Com cerca de 250 edifícios de mais de 150 metros de altura e alguns vários no processo de serem erguidos, Nova York seguirá por um bom tempo com o status de "cidade dos arranha-céus", apesar do crescimento de vários municípios asiáticos.

Mas, recentemente, surgiram dúvidas e mais dúvidas sobre quem paga hoje em dia por esses imóveis e escritórios de vistas espetaculares. O governo americano anunciou uma ofensiva de seis meses contra a lavagem de dinheiro por meio da compra em dinheiro em espécie de bens imobiliários de luxo em Nova York e em Miami.

A operação, que será realizada entre 1º março e 27 de agosto, pede às seguradoras e companhias que analisam a legalidade das transações que divulguem os nomes dos proprietários que compram esses imóveis em dinheiro vivo para que as autoridades avaliem se o montante vem de origens ilícitas.

Uma investigação do jornal "The New York Times" revelou como milionários estrangeiros utilizam continuamente empresas de fachadas para adquirir imóveis na 'Big Apple', muitas vezes desembolsando valores astronômicos em dinheiro em espécie.

A cada ano são gastos mais de US$ 8 bilhões em compras de propriedades avaliadas em mais de US$ 5 milhões em Nova York, um valor três vezes maior ao registrado há uma década.

O plano anunciado pelo Departamento do Tesouro dos EUA prevê um acompanhamento dos "compradores secretos" de imóveis de luxo em Manhattan e no condado de Miami-Dade.

"Estamos tentando eliminar o risco de estrangeiros corruptos ou criminosos estarem usando bens imobiliários de alto nível para investir milhões em dinheiro sujo em segredo", disse ao anunciar a medida a diretora da Rede de Luta contra os Crimes Financeiros, Shasky Calvery, um escritório vinculado ao governo americano.