Candidatos dos descontentes, Trump e Sanders crescem às vésperas de caucus
Jairo Mejía.
Washington, 25 jan (EFE).- A apenas uma semana de o estado de Iowa abrir o ciclo de primárias que definirão os candidatos dos dois maiores partidos à presidência dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump e o democrata Bernie Sanders mostram um inesperado crescimento nas pesquisas, um exemplo de como o descontentamento com a política tradicional pode ser decisivo nas eleições de novembro.
Após figurar em segundo lugar nas primeiras pesquisas sobre o caucus de Iowa, o magnata Trump precisou de poucas poucas semanas para lançar mão de seu lado mais populista e abrir cinco pontos de vantagem sobre o senador Ted Cruz, segundo média das enquetes realizada pelo site "RealClearPolitics".
No lado democrata, o senador socialista Bernie Sanders recuperou fôlego nas pesquisas e está a sete pontos da ex-secretária de Estado Hillary Clinton, também segundo a média feita pelo portal.
No entanto, a última pesquisa de intenção de voto feita pela rede de televisão "CNN" põe Sanders à frente de Hillary, com 51% contra 43%, sua vantagem mais ampla divulgada até o momento.
Os caucus - ou assembleias populares, com raízes nos alicerces da democracia americana - têm um mecanismo mais complexo do que as primárias tradicionais, nas quais só é preciso depositar o voto em uma urna.
Nesse sistema, que varia de acordo com os partidos e estados, eleitores, militantes e lideranças dos partidos se reúnem em distritos eleitorais em locais públicos como escolas, ginásios ou igrejas. Representantes dos candidatos apresentam seus programas de governo, e os participantes fazem um grande debate informal sobre o porquê de sua escolha. Os votos são feitos ou de forma secreta e em cédula, ou nominalmente e sem urnas, dependendo das regras locais - algumas permitem até mudança de opinião dos eleitores e recontagem dos votos.
Após a definição da preferência do eleitorado sobre o candidato à presidência, cada distrito escolhe o delegado que vai representá-lo na convenção de seu respectivo condado. Desta sai o delegado que vai participar da convenção estadual, que por sua vez decide quem irá à convenção nacional de cada partido, último degrau antes da definição de quem serão os candidatos dos partidos Republicano e Democrata nas eleições de 8 de novembro. Cabe ressaltar que os delegados não são obrigados a respeitar a preferência dos eleitores nos caucuses.
Para Iowa, Hillary enviou um exército de simpatizantes de alto perfil. Eles tentarão convencer os indecisos, e o que é mais importante: sair de casa na próxima segunda-feira para votar no gélido estado. A ex-primeira-dama já recebeu apoios de destaque como o do maior jornal do estado, o "Des Moines Register".
Por sua vez, Sanders angaria respaldo popular com pequenas doações, encontros de moradores e comícios em ginásios nos quais questiona os princípios da política tradicional de um Partido Democrata que ele não considera progressista o suficiente.
Algo que Iowa pode constatar é que a fase de primárias nos EUA pode se transformar na dos candidatos não tradicionais, que desafiam o sistema estabelecido ao canalizar o descontentamento de grupos de eleitores que não viram a tão alardeada recuperação da crise.
Donald Trump, com seu discurso populista, xenofóbico e crítico com os políticos, não sucumbiu apesar de suas perdas de tom, e hoje afirmou em um vídeo postado no Facebook que "o 'establishment' (políticos tradicionais), a imprensa, os grupos de lobby, os doadores, todos estão contra" ele.
A possibilidade de Trump ser o candidato republicano à presidência dos Estados Unidos se tornou palpável. Em uma coluna de opinião publicada hoje pelo jornal "The New York Times", o estrategista democrata David Axelrod disse que "o que parecia impossível agora é plausível".
Washington, 25 jan (EFE).- A apenas uma semana de o estado de Iowa abrir o ciclo de primárias que definirão os candidatos dos dois maiores partidos à presidência dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump e o democrata Bernie Sanders mostram um inesperado crescimento nas pesquisas, um exemplo de como o descontentamento com a política tradicional pode ser decisivo nas eleições de novembro.
Após figurar em segundo lugar nas primeiras pesquisas sobre o caucus de Iowa, o magnata Trump precisou de poucas poucas semanas para lançar mão de seu lado mais populista e abrir cinco pontos de vantagem sobre o senador Ted Cruz, segundo média das enquetes realizada pelo site "RealClearPolitics".
No lado democrata, o senador socialista Bernie Sanders recuperou fôlego nas pesquisas e está a sete pontos da ex-secretária de Estado Hillary Clinton, também segundo a média feita pelo portal.
No entanto, a última pesquisa de intenção de voto feita pela rede de televisão "CNN" põe Sanders à frente de Hillary, com 51% contra 43%, sua vantagem mais ampla divulgada até o momento.
Os caucus - ou assembleias populares, com raízes nos alicerces da democracia americana - têm um mecanismo mais complexo do que as primárias tradicionais, nas quais só é preciso depositar o voto em uma urna.
Nesse sistema, que varia de acordo com os partidos e estados, eleitores, militantes e lideranças dos partidos se reúnem em distritos eleitorais em locais públicos como escolas, ginásios ou igrejas. Representantes dos candidatos apresentam seus programas de governo, e os participantes fazem um grande debate informal sobre o porquê de sua escolha. Os votos são feitos ou de forma secreta e em cédula, ou nominalmente e sem urnas, dependendo das regras locais - algumas permitem até mudança de opinião dos eleitores e recontagem dos votos.
Após a definição da preferência do eleitorado sobre o candidato à presidência, cada distrito escolhe o delegado que vai representá-lo na convenção de seu respectivo condado. Desta sai o delegado que vai participar da convenção estadual, que por sua vez decide quem irá à convenção nacional de cada partido, último degrau antes da definição de quem serão os candidatos dos partidos Republicano e Democrata nas eleições de 8 de novembro. Cabe ressaltar que os delegados não são obrigados a respeitar a preferência dos eleitores nos caucuses.
Para Iowa, Hillary enviou um exército de simpatizantes de alto perfil. Eles tentarão convencer os indecisos, e o que é mais importante: sair de casa na próxima segunda-feira para votar no gélido estado. A ex-primeira-dama já recebeu apoios de destaque como o do maior jornal do estado, o "Des Moines Register".
Por sua vez, Sanders angaria respaldo popular com pequenas doações, encontros de moradores e comícios em ginásios nos quais questiona os princípios da política tradicional de um Partido Democrata que ele não considera progressista o suficiente.
Algo que Iowa pode constatar é que a fase de primárias nos EUA pode se transformar na dos candidatos não tradicionais, que desafiam o sistema estabelecido ao canalizar o descontentamento de grupos de eleitores que não viram a tão alardeada recuperação da crise.
Donald Trump, com seu discurso populista, xenofóbico e crítico com os políticos, não sucumbiu apesar de suas perdas de tom, e hoje afirmou em um vídeo postado no Facebook que "o 'establishment' (políticos tradicionais), a imprensa, os grupos de lobby, os doadores, todos estão contra" ele.
A possibilidade de Trump ser o candidato republicano à presidência dos Estados Unidos se tornou palpável. Em uma coluna de opinião publicada hoje pelo jornal "The New York Times", o estrategista democrata David Axelrod disse que "o que parecia impossível agora é plausível".
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