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Condenadas a prisão perpétua duas mulheres que mataram sobrinha em exorcismo

25/01/2016 07h21

Johanesburgo, 25 jan (EFE).- A Suprema Corte da África do Sul condenou à prisão perpétua duas mulheres que mataram a própria sobrinha, de 14 anos, durante um exorcismo, informou nesta segunda-feira o jornal "Sowetan".

Snethemba Dlamini morreu em março de 2012 na cidade de Durban, no litoral leste do país, depois de uma de suas tias a acusar de estar possuída, e de decidir realizar um ritual para acabar com essa posse.

"Dlamini foi amarrada enquanto Faku - uma das tias - extraía seu intestino e órgãos genitais através da cavidade vaginal, utilizando uma faca e suas próprias mãos", detalhou após o julgamento a porta-voz da promotoria, Natasha Kara.

A adolescente foi torturada durante três dias durante essa cerimônia de purificação, realizada pelas duas tias, Fundiswa Faku e Lindelwa Jalubane, de 33 e 38 anos, que foram condenadas por homicídio premeditado.

Snethemba Dlamini foi encontrada morta com os intestinos no chão ao lado do corpo.

Também participaram do macabro rito as duas filhas de uma das tias da vítima, que foram condenadas a 12 anos de prisão cada.

"É um caso clássico de fé cega. Como podem quatro mulheres adultas crer que ajudarão alguém desmembrando seu corpo?", afirmou o conselheiro de Desenvolvimento Social do governo regional de Kwazulu-Natal, Weziwe Thusi.

Thusi se mostrou satisfeito com a sentença, que, para ele, envia uma mensagem clara: "A violência contra crianças é uma violência contra crianças, e não há nenhuma desculpa que a justifique".

O satanismo é uma crença muito estendida entre as classes sociais mais baixas da África do Sul e combina elementos da cultura popular africana com outros das novas igrejas evangélicas.

A polícia sul-africana é uma das poucas do mundo que conta com uma "Unidade para Crimes Relacionados com o Ocultismo", que lida com os vários casos de satanismo e outros semelhantes que acontecem no país.