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Casa Real espanhola reafirma "absoluto respeito" à independência da Justiça

29/01/2016 09h38

Madri, 29 jan (EFE).- A Casa Real da Espanha reafirmou nesta sexta-feira seu "absoluto respeito à independência do Poder Judiciário", depois que um tribunal de Palma de Mallorca confirmou que o julgamento da infanta Cristina de Borbón vai continuar, ao desprezar o pedido de excluí-la do processo como pedia sua defesa.

A irmã do rei Felipe VI será julgada dentro do conhecido "caso Nóos", que acompanha o desvio de fundos públicos, como cooperadora de dois delitos fiscais que supostamente foram cometidos por seu marido, Iñaki Urdagarín.

Um porta-voz de Zarzuela se limitou a ratificar, como fez em algumas ocasiões anteriores, o "absoluto respeito à independência do Poder Judiciário" por parte da Casa Real.

Cristina de Borbón foi expulsa da instituição da Família Real quando seu irmão Felipe foi proclamado rei, em junho de 2014, após a abdicação de seu pai, o rei de Juan Carlos, e data na qual se averiguava a trama de corrupção.

Nesse momento o novo rei revogou seu título de duquesa de Palma de Mallorca do qual desfrutava desde 1997 e foi totalmente excluída dos atos oficiais.

Já tinha passado meio ano desde que o juiz instrutor do caso Nóos, José Castro, decidiu levá-la a julgamento como suposta cooperadora necessária em dois delitos fiscais, o que criou na Espanha especulações sobre se devia renunciar ao ducado ou de seus direitos dinásticos.

Embora seu irmão tenha lhe retirado o título de duquesa, a infanta continua mantendo os direitos sucessórios, os quais não podem lhe ser retirados a não ser que ela decida renunciar por conta própria.

Nos momentos-chave do processo, como a decisão do juiz instrutor de levá-la a julgamento, adotada já sob o reinado de Felipe VI, a Casa Real se limitou a expressar seu respeito à independência do Poder Judiciário, como voltou a fazer hoje.

Cristina de Borbón é acusada por sua suposta cooperação nos delitos fiscais de seu marido, acusado de tráfico de influência, desvio, prevaricação, fraude, falsidade ideológica, delitos contra a Fazenda e lavagem de dinheiro.