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Complexo processo de primárias nos EUA começa na 2ª feira em Iowa

29/01/2016 19h47

Miriam Burgués.

Washington, 29 jan (EFE).- Com os "caucuses" (assembleias populares) da próxima segunda-feira em Iowa, começará nos Estados Unidos um complicado processo de eleições primárias no qual os concorrentes dos partidos Republicano e Democrata devem conseguir os números de delegados necessários para garantir a indicação de sua legenda à candidatura à presidência para as eleições de 8 de novembro.

A partir de 1º de fevereiro e até meados de junho, um total de 35 jurisdições (estados e territórios) realizarão primárias propriamente ditas, outras 13 promoverão o chamado sistema de caucus, e oito usarão procedimentos mistos.

Em todas essas votações, os candidatos presidenciais tentam conseguir o maior número possível de delegados que depois comparecerão às convenções dos partidos, que neste ano estão marcadas para julho - primeiro a republicana, na cidade de Cleveland (Ohio), e depois a democrata, na Filadélfia (Pensilvânia).

Segundo os dados fornecidos pelo Comitê Nacional Democrata (DNC), espera-se que haja um total de 4.764 delegados na convenção deste ano. Deste total, os três aspirantes à indicação, Hillary Clinton, Bernie Sanders e Martin O'Malley devem ganhar o apoio de pelo menos 2.383 (50% mais um) para garantir a vitória.

Pelo lado dos republicanos, onde há 12 pré-candidatos, com Donald Trump à frente das pesquisas, ganhará a indicação quem obtiver os votos de pelo menos 1.237 delegados, 50% mais um dos 2.472 que votarão na convenção, de acordo com o Comitê Nacional Republicano (RNC).

Os republicanos definem seus delegados de várias formas: em alguns estados o candidato mais votado consegue 100% dos que estavam em jogo. Em outros, é feita uma distribuição proporcional ao número de votos conseguido por cada concorrente, e uma terceira fórmula combina as duas anteriores.

No caso dos democratas, a distribuição é bastante mais complexa. Somente 85% dos delegados do partido estão em jogo no processo eleitoral, e os candidatos só podem contar com eles se obtiverem pelo menos 15% dos votos na primária ou caucus de cada estado.

Os outros 15% dos delegados são denominados "superdelegados", não estão obrigados a se comprometer com nenhum candidato, comparecem de maneira automática à convenção e costumam ser governadores, congressistas ou reconhecidos líderes do Partido Democrata, entre eles ex-presidentes e ex-vice-presidentes.

Os caucuses de Iowa e as primárias de New Hampshire, marcadas para 9 de fevereiro, são mais importantes por sua capacidade para elevar ou afundar campanhas, mais por serem as primeiras do calendário do que pelo número de delegados que representam.

Em Iowa serão definidos 44 delegados democratas, que representam apenas 1,09% do total, enquanto pela parte republicana a briga é por 30, que equivalem a 1,28%. No caso de New Hampshire, estarão em jogo 24 delegados democratas e 20 republicanos.

Uma das datas-chave será 1º de março, quando na chamada Super Terça serão realizadas votações em mais de dez estados, entre eles Alabama, Arkansas, Colorado, Geórgia, Massachusetts, Texas e Virgínia, para definir mais de 800 delegados democratas e 620 republicanos.

Duas semanas depois, em 15 de março, será a vez de outros estados cruciais como Flórida, Carolina do Norte e Ohio, e para então é provável que já se possa saber o nome dos indicados de cada partido, segundo analistas políticos.

Em 2008, o então candidato e hoje presidente Barack Obama garantiu a indicação no início de junho, enquanto do lado republicano, John McCain a obteve muito antes, em março.

Quatro anos depois, em 2012, os democratas não precisaram de um processo de primárias porque Obama tentava a reeleição, e seu adversário republicano na ocasião, o ex-governador Mitt Romney, tornou-se oficialmente o candidato do partido no final de maio graças a seu triunfo no Texas.