Oposição síria diz que está "estabelecendo bases" para negociar com regime
Representantes da oposição síria deixaram claro neste domingo que, apesar de terem se reunido com o mediador da ONU, Staffan de Mistura, ainda não estão participando do processo de negociação para encerrar o conflito no país.
"Não estamos aqui para negociar, mas sim para estabelecer os fundamentos para poder fazê-lo", anunciou em entrevista Bassma Kadamani, membro da Comissão Suprema para as Negociações (CSN).
A porta-voz do mediador da ONU, Jessy Chahine, confirmou à Agência Efe que o encontro realizado por De Mistura na manhã de hoje foi "informal" e que não fazia parte das negociações.
Kadamani explicou que a oposição está na Suíça porque recebeu "garantias e o compromisso" de que haverá "progressos importantes nos aspectos humanitários". "Contamos com nossos amigos para que pressionem neste sentido", disse o integrante da CSN, acrescentando que o grupo recebeu o apoio da Alemanha, França e Reino Unido.
"Para começar as negociações, precisamos ver avanços na implementação da resolução do Conselho de Segurança da ONU", disse, por sua vez, o porta-voz da CSN, Salem Muslit.
A oposição pede a aplicação dos artigos 12 e 13 da resolução 2254 do Conselho de Segurança da ONU, que exige que as partes em conflito permitam acesso a todas as agências humanitárias para auxiliar a população, sobretudo em áreas sitiadas na Síria, além do fim dos ataques indiscriminados contra civis.
"Queremos que a comida chegue a nossas crianças, ver que as famílias estão a salvo em seus lares, sem serem bombardeadas pela Rússia. E que as mulheres nas prisões de Assad sejam libertadas. Isso é importante para nós", disse Muslit.
"Isso deve ocorrer, como nos prometeram De Mistura, Ban Ki-moon (secretário-geral da ONU), (John) Kerry (secretário de Estado dos EUA) e outros ministros das Relações Exteriores", completou.
O próprio De Mistura disse, em reiteradas ocasiões, que a resolução não deve fazer parte das negociações, mas sim ser implementada pelos dois lados do conflito.
Apesar da prudência, Muslit disse estar "otimista" sobre a possibilidade de os envolvidos chegarem a uma solução para o conflito no país. O porta-voz destacou que a oposição síria não luta apenas contra o regime de Assad, mas também contra os demais "ocupantes da Síria".
"Para nós, a luta não é só contra Assad, mas contra a ocupação. O Irã está ocupando a Síria. A Rússia está ocupando a Síria. Os terroristas são recrutados por esse regime para lutar contra os sírios", disse o porta-voz da CSN.
Após um atraso de quatro dias, provocado pelas dúvidas da oposição de participar das negociações, os diálogos de paz tiveram início na última sexta-feira, com uma reunião entre De Mistura e o embaixador da Síria na ONU, Bashar Jaafari.
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