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Marco Aurélio Garcia diz que refugiados sírios enriquecem Brasil "mestiço"

26/02/2016 20h14

Caracas, 26 fev (EFE).- O assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, disse nesta sexta-feira, na Venezuela, que a chegada dos refugiados sírios ao Brasil enriquece a composição étnica da população.

"É preciso dizer que isso traz uma riqueza muito grande para o país, nós temos o grande orgulho de ser um país mestiço", declarou o assessor da Presidência em entrevista divulgada pelo portal "conversandoconcaf.com", um espaço de diálogo criado pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina-CAF, cuja sede fica em Caracas.

Em agosto do ano passado, a presidente Dilma Rousseff disse que, apesar das dificuldades econômicas e da crise política, o país está de "braços abertos" para receber os refugiados, principalmente da Síria, que em seu êxodo em massa devido à guerra também veem como destino o Brasil.

Do total dos pedidos de refúgio concedidos pelo governo brasileiro nos últimos cinco anos, 25% foram para cidadãos sírios.

Para Garcia o processo migratório "é interessante", porque "tem obviamente esse aspecto humanitário, político, da defesa dos direitos humanos".

"Nós no Brasil, até agora, embora o desemprego tenha aumentado um pouco, não sentimos concretamente que exista uma concorrência com os trabalhadores que vêm de fora a um país como o nosso, que tem 200,4 milhões de habitantes, isso seria ter um argumento absolutamente ilógico", argumentou.

Garcia deu estas declarações acompanhado pelo presidente-executivo do CAF, Enrique García, que também ressaltou o valor da "mestiçagem enriquecida" para a região.

"Eu acredito que, havendo espaços tão grandes na América Latina, quem se soma a uma população e contribui para o processo de desenvolvimento e para aumentar as possibilidades desta mestiçagem enriquecida é um componente muito positivo", afirmou o dirigente.

O conflito vivido pela Síria desde março de 2011, quando começou uma série de protestos contra o governo de Bashar al Assad, deixou 220 mil mortos e fez com que mais de 4 milhões de pessoas se refugiassem em países vizinhos, segundo estimativas da ONU.

Criado em 1970 e integrado atualmente por 17 países da América Latina e do Caribe, junto com Espanha e Portugal e 14 bancos privados, o CAF é uma das principais fontes de financiamento multilateral e um importante gerador de conhecimento para a região. EFE

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