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ONU pede que países dos Bálcãs abram suas fronteiras aos refugiados

26/02/2016 15h54

Nações Unidas, 26 fev (EFE).- O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, criticou nesta sexta-feira as restrições impostas pela Áustria e vários países dos Bálcãs à passagem de refugiados e lhes urgiu a abrir suas fronteiras.

Segundo Ban, essas limitações descumprem a Convenção sobre o Estatuto dos Refugiados de 1951 e estão criando "uma situação difícil na Grécia".

"O secretário-geral é totalmente consciente das pressões que sentem muitos países europeus. No entanto, convoca todos a manter suas fronteiras abertas e a atuar com espírito de compartilhar responsabilidades e solidariedade", disse seu porta-voz, Stéphane Dujarric.

Nesse sentido, reivindicou também "expandir as vias legais para ter acesso ao asilo" e lembrou que a grande maioria dos refugiados são amparados por países em desenvolvimento.

"Há uma verdadeira necessidade de compartilhar responsabilidades em nível global", declarou Ban através do porta-voz, que lembrou que esse assunto estará no centro de uma cúpula internacional convocada para setembro em Nova York.

A Áustria e nove países dos Bálcãs ocidentais - Bósnia, Bulgária, Croácia, Eslovênia, Kosovo, Macedônia, Montenegro e Sérvia - decidiram nesta semana reforçar sua cooperação para conter a onda migratória com novas medidas nacionais e regionais.

O chefe da ONU expressou sua "grande preocupação" pelas limitações impostas nessa rota dos Bálcãs, concretamente na Áustria, Eslovênia, Croácia, Sérvia e Macedônia.

Ban ressaltou que o número de litigantes de asilo que chegam a Grécia da Turquia segue sem reduzir-se e que os fechamentos fronteiriços estão criando uma "situação difícil" no país.

"Por sua parte, a Turquia já acolhe mais de 2,6 milhões de refugiados e de litigantes de asilo", destacou.

O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad Al Hussein, já tinha denunciado ontem as medidas restritivas para os refugiados adotadas por vários países ao considerar que violam os direitos humanos.

Segundo os últimos dados do escritório de Zeid, estariam acontecendo expulsões de refugiados de Áustria, Croácia, Eslovênia, Iugoslávia e Sérvia rumo à Grécia.

Além disso, centenas de afegãos teriam sido "abandonados em condições miseráveis" durante mais de cinco dias entre a fronteira da Macedônia e Sérvia, ao que se soma a proibição de atravessar da Grécia à Macedônia por causa de sua nacionalidade.