Schaerbeek, um bairro que tenta fugir do vínculo com o radicalismo
Jaime Ojeda.
Bruxelas, 30 mar (EFE).- O grande e multicultural bairro de Schaerbeek, no nordeste de Bruxelas, tenta escapar da estigmatização e dos vínculos com o radicalismo jihadista após se ver envolvido nos atentados da última terça-feira na capital da Bélgica.
Os terroristas saíram de um apartamento alugado no bairro em direção ao aeroporto alvo dos ataques. No imóvel, as autoridades encontraram posteriormente 15 quilos de explosivos, mas os moradores afirmam que Schaerbeek é muito grande, com muitos contrastes e nada perigoso.
"O bairro é muito grande e há muitas regiões distintas. Há lugares feios e outros onde vivem pessoas com muito poder aquisitivo. Até poucos anos, Schaerbeek era o lado feio de Bruxelas, mas as coisas mudaram", explicou à Agência Efe Jonathan Jean, um espanhol que vive no bairro.
Dessa forma, as zonas do leste de Schaerbeek são conhecidas pelas casas de família de classe média alta, devido à boa localização - entre as instituições da União Europa e o aeroporto - e também de casais jovens, atraídos pelos baixos preços da imóvel em comparação com o centro de Bruxelas.
As zonas mais ao oeste do bairro, especialmente as mais próximas à estação de trens do norte, abrigam uma grande comunidade de imigrantes turcos, marroquinos e africanos.
Jonathan, que vive a cinco minutos do apartamento utilizado pelos terroristas, reiterou que Schaerbeek não enfrenta os mesmos problemas que Molenbeek, bairro onde viviam os autores dos atentados de novembro do ano passado em Paris.
Aris, cabeleireiro em Schaerbeek, viveu mais de perto a operação na qual as autoridades encontraram 15 quilos de explosivos e um testamento de um dos suicidas do aeroporto de Bruxelas, Ibrahim El Bakraoui, que colocaram o bairro nos jornais de todo mundo.
Morador da rua Mox Roos, onde ocorreu a ação, Aris disse à Efe que vive há 18 anos em Schaerbeek e que nunca tinha tido um problema similar. "É um bairro bom, onde todo mundo se conhece".
Uma visão compartilhada por outras pessoas que vivem em Bruxelas. Beatriz Padilla, que vive na capital belga, disse à Efe que Schaerbeek é "muito tranquilo", inclusive se comparado com outras regiões. E, da mesma forma que o resto da cidade, tem uma forte presença de imigrantes.
Schaerbeek é o bairro mais populoso da cidade, com cerca de 130 mil moradores, grande parte deles estrangeiros, principalmente turcos e marroquinos. Segundo um relatório publicado pelo jornal "Le Noir", 38% da população do local é muçulmana.
"Há muitas pessoas com origens de todo o mundo vivendo aqui. É um bom bairro, embora nunca possamos saber se alguém irá fazer algo", disse à Efe Nino Etina, professor e morador de Schaerbeek, que acrescentou que não se sente mais seguro na cidade.
Apesar de viverem em um bairro considerado tranquilo e não ligado ao radicalismo, os moradores de Schaerbeek não estão alheios ao clima de precaução instalado em Bruxelas após os atentados, que provocaram algumas mudanças de rotina.
Beatriz, por exemplo, deixará de usar o transporte público para trabalhar. Apesar de ser uma opção mais cara e mais demorada, ela passará a utilizar seu próprio carro para se sentir mais segura.
Bruxelas, 30 mar (EFE).- O grande e multicultural bairro de Schaerbeek, no nordeste de Bruxelas, tenta escapar da estigmatização e dos vínculos com o radicalismo jihadista após se ver envolvido nos atentados da última terça-feira na capital da Bélgica.
Os terroristas saíram de um apartamento alugado no bairro em direção ao aeroporto alvo dos ataques. No imóvel, as autoridades encontraram posteriormente 15 quilos de explosivos, mas os moradores afirmam que Schaerbeek é muito grande, com muitos contrastes e nada perigoso.
"O bairro é muito grande e há muitas regiões distintas. Há lugares feios e outros onde vivem pessoas com muito poder aquisitivo. Até poucos anos, Schaerbeek era o lado feio de Bruxelas, mas as coisas mudaram", explicou à Agência Efe Jonathan Jean, um espanhol que vive no bairro.
Dessa forma, as zonas do leste de Schaerbeek são conhecidas pelas casas de família de classe média alta, devido à boa localização - entre as instituições da União Europa e o aeroporto - e também de casais jovens, atraídos pelos baixos preços da imóvel em comparação com o centro de Bruxelas.
As zonas mais ao oeste do bairro, especialmente as mais próximas à estação de trens do norte, abrigam uma grande comunidade de imigrantes turcos, marroquinos e africanos.
Jonathan, que vive a cinco minutos do apartamento utilizado pelos terroristas, reiterou que Schaerbeek não enfrenta os mesmos problemas que Molenbeek, bairro onde viviam os autores dos atentados de novembro do ano passado em Paris.
Aris, cabeleireiro em Schaerbeek, viveu mais de perto a operação na qual as autoridades encontraram 15 quilos de explosivos e um testamento de um dos suicidas do aeroporto de Bruxelas, Ibrahim El Bakraoui, que colocaram o bairro nos jornais de todo mundo.
Morador da rua Mox Roos, onde ocorreu a ação, Aris disse à Efe que vive há 18 anos em Schaerbeek e que nunca tinha tido um problema similar. "É um bairro bom, onde todo mundo se conhece".
Uma visão compartilhada por outras pessoas que vivem em Bruxelas. Beatriz Padilla, que vive na capital belga, disse à Efe que Schaerbeek é "muito tranquilo", inclusive se comparado com outras regiões. E, da mesma forma que o resto da cidade, tem uma forte presença de imigrantes.
Schaerbeek é o bairro mais populoso da cidade, com cerca de 130 mil moradores, grande parte deles estrangeiros, principalmente turcos e marroquinos. Segundo um relatório publicado pelo jornal "Le Noir", 38% da população do local é muçulmana.
"Há muitas pessoas com origens de todo o mundo vivendo aqui. É um bom bairro, embora nunca possamos saber se alguém irá fazer algo", disse à Efe Nino Etina, professor e morador de Schaerbeek, que acrescentou que não se sente mais seguro na cidade.
Apesar de viverem em um bairro considerado tranquilo e não ligado ao radicalismo, os moradores de Schaerbeek não estão alheios ao clima de precaução instalado em Bruxelas após os atentados, que provocaram algumas mudanças de rotina.
Beatriz, por exemplo, deixará de usar o transporte público para trabalhar. Apesar de ser uma opção mais cara e mais demorada, ela passará a utilizar seu próprio carro para se sentir mais segura.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.