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Cartes pede que Justiça seja "implacável" com seu tio, detido no Paraguai

23/04/2016 21h53

Assunção, 23 abr (EFE).- O presidente do Paraguai, Horacio Cartes, pediu que a Justiça atue de maneira "implacável" com seu tio, Juan Domingo Viveros Cartes, procurado por tráfico de drogas e detido neste sábado no país, após a aterrissagem forçada do pequeno avião na qual viajava.

Juan, que em fevereiro terminou de cumprir pena em uma prisão do Uruguai, permanece detido no aeroporto da cidade de Caazapá, 230 quilômetros a sudeste de Assunção.

O ministro do Interior, Francisco de Vargas, disse a uma emissora local, após comunicar a notícia ao presidente paraguaio, que Cartes lhe "deu a ordem de ser implacável e não ter nenhuma consideração".

"De fato o presidente foi insistente e me disse implacável, implacável", disse De Vargas à "Radio 1 de Marzo".

O ministro acrescentou que sobre Juan pesam duas ordens de captura no Paraguai e que sua situação está nas mãos do Ministério Público.

A detenção de Juan aconteceu ao descobrir-se que tem uma ordem de captura nacional por narcotráfico, e depois que o pequeno avião na qual voava aterrissou por causa de um falha mecânica.

Uma fonte da Polícia disse à Agência Efe que Juan continua nas instalações do aeroporto custodiado por agentes da Polícia Nacional, à espera de ser enviado a um tribunal da cidade da Encarnación, onde prestará depoimento por um dos processos que pesam sobre ele no Paraguai.

Juan tinha sido libertado em fevereiro após permanecer dois anos em uma prisão do Uruguai por entrar em pequeno avião nesse país supostamente com 450 quilos de maconha.

Assim que terminou de cumprir sua pena, Juan ficou em detenção administrativa na Prisão Central de Montevidéu esperando ser extraditado para o Paraguai, algo que a Justiça deste país pediu e que o Uruguai e o detido aceitaram.

Mas a demora de um tribunal paraguaio impediu que as autoridades do Uruguai o entregassem à Interpol.

Em 2001, o tio do presidente paraguaio tinha sido detido no Brasil quando transportava mais de 200 quilos de cocaína e foi processado, condenado e extraditado para o Paraguai, onde cumpriu uma pena de prisão domiciliar.