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Obama rejeita criar zona de segurança na Síria por questões práticas

24/04/2016 13h23

Hannover (Alemanha), 24 abr (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, rejeitou neste domingo a possibilidade de criar uma zona de segurança no norte da Síria por questões "práticas", porque seria preciso tomar militarmente grande parte do país.

Obama fez estas declarações na entrevista coletiva após a reunião na cidade alemã de Hannover com a chanceler alemã, Angela Merkel, com quem abordou questões como o acordo comercial entre seu país e a UE, a situação na Síria e Líbia, o conflito da Ucrânia, as diferenças com a Rússia e a crise dos refugiados.

O presidente destacou que sua rejeição não se baseia em uma "objeção ideológica", mas uma mera "questão prática", já que é muito complexo estabelecer uma zona de segurança com sucesso, pois é preciso destacar um grande número de tropas de terra, controlar movimentos e estabelecer controles.

Neste contexto, Obama afirmou compreender as razões dos que são a favor da criação de uma zona de segurança no norte da Síria, como disse ontem Merkel, porque respalda a finalidade desta medida, que é dotar os sírios de maior segurança.

Obama ressaltou, além disso, a importância que as conversas de Genebra entre o governo de Damasco e a oposição têm na estabilização da Síria.

O líder americano também indicou que o cessar-fogo deve continuar nas áreas nas quais se encontra a oposição considerada moderada, mas não nas quais estão presentes os jihadistas do Estado Islâmico (EI) e a Frente Al Nusra.

Merkel, por sua vez, mostrou preocupação pelas violações da cessação de hostilidades que ocorreram nos últimos dias.

O presidente dos Estados Unidos chegou hoje a Hannover na sua terceira e provavelmente última visita oficial à Alemanha na última etapa de uma viagem que o levou à Arábia Saudita e Reino Unido.

Um dos objetivos desta visita era relançar o acordo comercial entre seu país e a UE, embora o presidente também queira reafirmar a seus parceiros europeus a importância que para os EUA têm uma Europa forte e unida para enfrentar os desafios do jihadismo internacional, da Síria, da Ucrânia e da Rússia do presidente Vladimir Putin.

Após a entrevista coletiva, Obama deve inaugurar junto a Merkel esta tarde a Hannover Messe, a maior feira industrial do mundo, e ditará uma conferência amanhã.

Depois deste discurso e como anotação final a sua visita à Alemanha, o presidente dos Estados Unidos realizará uma cúpula informal na qual , além de Merkel, estarão presentes o presidente francês, François Hollande, e os primeiros-ministros do Reino Unido e Itália, David Cameron e Matteo Renzi.