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Espanha constata potencial do Cazaquistão como "plataforma" para Ásia Central

25/04/2016 15h55

Belém Anca López.

Astana, 25 abr (EFE).- A Espanha constatou hoje com o Cazaquistão o enorme potencial de desenvolvimento de suas relações econômicas e comerciais e que este país pode ser uma "plataforma" para que as empresas espanholas estendam suas atividades à Ásia Central, um mercado de 170 milhões de consumidores em pleno crescimento.

O ministro interino das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel García-Margallo, finalizou hoje uma visita oficial de dois dias ao Cazaquistão, na qual se reuniu com o presidente do país, Nursultan Nazarbayev, o primeiro-ministro, Karim Masimov, e com seu colega, Erlan Idrissov, com que constatou a "excelente saúde" das relações entre os dois países.

As relações bilaterais se baseiam no acordo de associação estratégica assinado em 2010 e que as partes concordaram em continuar a promover.

Um "sócio confiável". Assim García-Margallo resumiu a Espanha no fórum empresarial que inaugurou em Astana, a capital cazaque. Ele elogiou a experiência e liderança das empresas espanholas para projetos como o plano de privatizações 2016-2020 e o plano da nação (Nurly Zhol Program).

O objetivo da viagem ao país produtor de petróleo foi também apoiar a posição das empresas espanholas que já operam nele e favorecer o início de atividades por parte de outras que mostraram interesse, em setores-chave como as infraestruturas, os bancos, a energia, a água e o turismo, entre outros.

"O Cazaquistão é o aliado mais próximo, mais próximo e mais importante da Espanha na Ásia Central", disse o titular espanhol das Relações Exteriores.

No mesmo sentido se expressou na entrevista coletiva conjunta seu colega cazaque, Erlan Idrissov: "A Espanha é um dos melhores aliados que temos na Europa".

O acordo de associação melhorado assinado entre Cazaquistão e a União Europeia, que entrará em vigor no próximo dia 1º de maio, abrirá também novas oportunidades para as empresas espanholas, explicou o chefe da diplomacia espanhola.

O Cazaquistão, nono maior país do mundo em extensão territorial, está interessado, segundo seu ministro das Relações Exteriores, nos setores de transporte, construção, agricultura, petroquímica, novas tecnologias e telecomunicações.

García-Margallo disse a Idrissov que a Espanha apoiará o início de negociações com a Comissão Europeia para alumiar um novo regime de concessão de vistos, que oferecerá maior cooperação em educação, ciência e tecnologia.

O ministro também se referiu às relações culturais entre Espanha e Cazaquistão após sua visita de ontem à Universidade Euroasiática Gumylev, que tem a sala de aula de espanhol "Ruy González Clavijo", considerada o primeiro passo para a instalação de um Instituto Cervantes que possa atender a demanda da aprendizagem desta língua.

Erlan Idrissov destacou as "negociações frutíferas" realizadas na visita do ministro espanhol, na qual ambos constataram também o "entendimento" sobre os problemas da ordem mundial.

O ministro cazaque afirmou que a Espanha apoia seu país para ser membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU para o biênio 2017-2018, um posto pelo qual concorre com a Tailândia.

Idrissov enviou a García-Margallo, em nome do presidente do país, o convite ao rei Felipe VI para visitar o Cazaquistão. "Esperamos que essa visita possa acontecer durante a Exposição 2017", acrescentou o ministro cazaque.

O Cazaquistão prepara-se para sediar, em 2017, a Exposição Universal, sob o lema "A energia do futuro", com a qual espera se consolidar como potência regional da Ásia Central.

García-Margallo e Idrissov assinaram, além disso, o documento de adesão da Espanha à "Carta" do "Green Bridge Partnership Program", uma iniciativa sobre desenvolvimento sustentável lançada pelo Cazaquistão coincidindo com a visita que o presidente do Governo, Mariano Rajoy, realizou a Astana em setembro de 2013.

Esta antiga república soviética, que faz parte da União Econômica Euroasiática junto com Armênia, Belarus e Rússia, passa por momentos de dificuldade econômica devido à queda dos preços do petróleo no mercado global.

Este país já é um dos aliados mais importantes da Espanha na Ásia Central e é um dos grandes produtores de gás e petróleo e do primeiro produtor de urânio no mundo.

De Astana, o ministro das Relações Exteriores viaja hoje a Baku, capital do Azerbaijão, onde vai participar da inauguração do Fórum da Aliança de Civilizações.