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ONU espera que retorno de líder opositor abra novo capítulo no Sudão do Sul

26/04/2016 13h13

Nações Unidas, 26 abr (EFE).- As Nações Unidas esperam nesta terça-feira que o retorno do líder da oposição sul-sudanesa, Riek Machar, ao país para ser nomeado vice-presidente abra "um novo capítulo" e permita ao país "iniciar realmente a transição".

"É essencial que as partes aproveitem esta oportunidade para verdadeiramente deixar patente sua determinação de fazer avançar o processo de paz", disse o chefe das operações da paz da ONU, Hervé Ladsous, perante o Conselho de Segurança.

Machar chegou hoje à capital sul-sudanesa para jurar o cargo de vice-presidente, em cumprimento ao acordo de paz assinado entre o governo e os rebeldes em agosto passado.

O líder opositor retornou à capital dois anos depois de deixar a cidade após a explosão de um conflito entre suas forças e as tropas governamentais em meados de dezembro de 2013.

Naquele momento, o presidente Salva Kiir, da etnia dinka, denunciou uma tentativa de golpe de Estado liderado por Machar, da etnia nuer, e seu vice-presidente.

Calcula-se que desde então morreram centenas de milhares de sul-sudaneses no conflito, que deixou também mais de dois milhões de deslocados e refugiados, segundo números da ONU.

Ladsous considerou hoje fundamental o início de um governo de transição de união nacional e a aplicação completa das regras de segurança contemplados no acordo de paz.

"Esperamos que a formação do governo de unidade ocorra rapidamente após a posse de Riek Machar", disse o diplomata francês.

Apesar dos progressos nos últimos dias, incluído o retorno de Machar a Juba, as Nações Unidas voltaram a advertir que a situação no país africano continua sendo "extremamente preocupante" e o processo de paz "extremamente frágil".

"É necessário que as dinâmicas políticas e de segurança em curso no país mudem rapidamente para que possamos dar verdadeiras possibilidades de sucesso ao processo de paz", afirmou Ladsous.

Entre outros problemas, destacou os combates intermitentes que continuam em certas áreas do país e uma situação humanitária que segue piorando.

"Após mais de dois anos de conflito e piora econômica, mais da metade da população do Sudão do Sul necessita de ajuda humanitária", indicou Ladsous, que também expressou sua preocupação pelas violações dos direitos humanos no país.