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Capriles diz que oposição já tem 1,1 milhão de assinaturas para depor Maduro

28/04/2016 22h56

Caracas, 28 abr (EFE).- Mais de 1,1 milhão de pessoas já deram sua assinatura para iniciar o processo de referendo de revogação do mandato do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, número muito superior às 195.721 solicitadas pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), disse nesta quinta-feira o líder opositor Henrique Capriles.

"Temos neste momento 1.102.236 assinaturas e vamos conseguir outras mais. Isto é, estamos falando que é provável que cheguemos a um número aproximadamente oito vezes maior que nos foi requerido", disse Capriles em entrevista coletiva em Caracas.

"Foi extraordinário, ficamos sem palavras. Dissemos que em horas iríamos ter 1% das assinaturas requeridas, e ontem já tínhamos 600 mil", completou Capriles, que já concorreu à presidência do país.

O atual governador do estado de Miranda afirmou que o governo de Maduro sabe "perfeitamente o que ocorreu" no processo de coleta de assinaturas em escala nacional realizada pela aliança de oposição Mesa de Unidade Democrática (MUD) e que por isso está "perdido".

A MUD agora receberá todos os formulários com as assinaturas obtidas nas principais cidades do país e fará uma revisão antes de levá-las à avaliação do CNE.

"A partir de amanhã vamos fazer nosso processo de auditoria interno e, assim que fizemos, vamos levar as assinaturas ao CNE. Isso está previsto para ocorrer nas próximas horas", destacou.

Capriles explicou que o órgão eleitoral terá cinco dias corridos após receber as assinaturas para dar início ao processo de validação das mesmas. As pessoas que preencheram os formulários deverão ir às unidades do CNE em suas respectivas cidades para confirmar seu desejo através da impressão digital.

Na sequência, outra etapa de obtenção de assinaturas se inicia, e a oposição precisará de 20% do total de potenciais eleitores (pouco menos de 4 milhões de pessoas), número necessário para que se convoque uma data para o referendo, no qual mais de 19 milhões de venezuelanos decidirão se Maduro fica ou sai da presidência.

"Não precisamos de mais assinaturas agora. Estamos nos preparando para obter as 4 milhões", destacou.

O líder opositor disse que o CNE não pode usar como obstáculo para atrasar o processo os novos feriados para órgãos públicos decretados pelo governo para reduzir o consumo de eletricidade no país, gravemente afetado pela seca.

"O CNE tem que garantir o exercício de nossos direitos políticos, que estão dentro dos direitos humanos. Aqui não pode haver férias. Não é por uma questão elétrica que transformaremos isso em uma bagunça. Se pretendem impedir o exercício dos nossos direitos, os venezuelanos irão se mobilizar e exercê-lo dentro da Constituição", frisou o duas vezes candidato à presidência.