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Segundo turno das eleições legislativas do Irã ocorre de forma tranquila

29/04/2016 15h36

Álvaro Mellizo.

Teerã, 29 abr (EFE).- O Irã foi às urnas nesta sexta-feira para o segundo turno das eleições legislativas, na qual 136 candidatos concorreram a 68 cadeiras que ficarão vazias no parlamento, um pleito que se transformou em um plebiscito sobre a gestão do presidente Hassan Rohani.

O único incidente registrado ocorreu no distrito na Mamasaní, na província de Fars, onde ocorreu um tiroteio com feridos, cujas circunstâncias não foram esclarecidas pelas autoridades. Em outros locais, houve denúncias de compras de votos que foram desmentidas pelos responsáveis por conduzir o pleito.

As eleições só foram realizadas em 55 seções das 21 províncias do país, majoritariamente rurais e pouco povoadas. Cerca de 17 milhões de iranianos foram convocados a votar, menos da metade do colégio eleitoral.

Teerã, o maior e mais disputado colégio eleitoral do país, não fez parte deste segundo turno, já que as 30 cadeiras em jogo foram conquistadas pelo bloco moderado de Rohani em fevereiro.

Também não houve votação em outras grandes cidades. Ou, se houve, foi apenas para escolher um ou dois deputados, o que reduziu a tensão durante o pleito, que, inclusive, foi acompanhado com pouca atenção pela imprensa iraniana.

Assim como em fevereiro, as autoridades alargaram o período de votação por mais de duas horas, devido à grande participação dos iranianos. O ministro do Interior do Irã, Abdolreza Rahmani Fazli, afirmou que os resultados oficiais devem ser divulgados no início da manhã de sábado, já que a apuração começou logo após o fechamento das 15.350 seções eleitorais usadas no pleito.

Os candidatos que concorreram no pleito - os que foram mais votados em cada região sem conseguir o mínimo de 25% dos votos requeridos para entrar no parlamento de forma direta - realizaram uma campanha sem grande alarde, que focou no trabalho de Rohani e em sua política de abertura.

Espera-se que o resultado da votação não mude substancialmente a correlação de forças no Majlis, parlamento composto por 290 deputados e que, após as eleições de fevereiro, viu os conservadores do regime se manterem como maior grupo, mas sem poder para atrapalhar o governo de Rohani.

Durante a campanha, o líder reformista Mohamadreza Aref pediu o voto dos cidadãos para romper o "isolamento" e as "sanções" que pesavam sobre o país e previu que, se repetisse o resultado de fevereiro (64% dos votos para os moderados), seu grupo poderia obter um mínimo de 40 das 68 cadeiras em jogo.