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Jornalistas espanhóis sequestrados há quase 1 ano na Síria são libertados

07/05/2016 16h37

Madri, 7 mai (EFE).- Os jornalistas espanhóis Antonio Pampliega, José Manuel López e Ángel Sastre, sequestrados em Aleppo, no norte da Síria, desde junho de 2015, foram libertados neste sábado.

Fontes do governo da Espanha disseram à Agência Efe disseram que os jornalistas foram libertados há poucas horas e que a vice-presidente do governo interino do país, Soraya de Sáenz de Santamaría, entrou em contato com eles durante a tarde.

Segundo as fontes, a libertação foi possível "graças ao trabalho de muitos servidores públicos e à colaboração de países aliados", principalmente na fase final, como a Turquia e o Catar.

Sastre, López e Pampliega, que trabalham como repórteres freelancers, entraram na Síria pelo sul da Turquia no dia 10 de julho de 2015. Dois dias depois, não fizeram mais contato.

Os três têm uma longa trajetória em cobertura em zonas de conflito.

Pampliega, de 33 anos, trabalhou em zonas de conflito desde 2008, como Iraque, Líbano, Paquistão, Egito, Afeganistão, Haiti, Honduras, Sírias, Somália e Sudão Sul. Suas matérias foram publicadas em veículos como "CNN", "BBC", "El País", "Público", a própria Agência Efe e a "Neupic", onde atua como colaborador desde 2013.

O fotojornalista José Manuel López, de 45 anos, acumula uma longa trajetória como correspondente de guerra, com um trabalho marcado pela denúncia de injustiças, pelo qual recebeu vários prêmios.

Após 11 anos trabalhando em um veículo de imprensa, López decidiu se dedicar totalmente a fazer um trabalho mais humano e a acompanhar os conflitos internacionais de maior destaque como freelancer.

Dessa forma, ele foi ao Afeganistão, Iraque, Congo, Líbano, Palestina, Kosovo, Guatemala e Ucrânia. Nos últimos dois anos, porém, focou nos conflitos da Síria, do Sudão do Sul, da Somália e do Iraque como colaborador habitual da Agência France-Presse (AFP).

López teve suas fotos publicadas em veículos como o "The New York Times", "The Guardian", "Le Monde", "El País" e "Der Spiegel".

Já Sastre, de 35 anos, tinha ficado seis anos percorrendo a América Latina como freelance para emissoras de TV, jornais e rádios. Era a segunda vez que viajava à Síria quando foi sequestrado.

Em 2010, recebeu o Prêmio Larra da Associação da Imprensa de Madri para jornalistas menores de 30 anos. Antes, foi correspondente em Londres, além de ter atuado em países como Argentina, México, Equador, Nicarágua, Venezuela, Brasil, Chile, Peru e Colômbia. Nos dois últimos anos, porém, focou seu trabalho no Iraque e na Síria.

Sua última mensagem foi publicada no Twitter no dia 10 de julho, quando escreveu, ainda na Turquia, a palavra "coragem" em espanhol, francês e árabe.

Sete jornalistas espanhóis já foram sequestrados enquanto exerciam sua profissão na Síria, o país considerado como o mais perigoso e mais mortífero do mundo para exercer o jornalismo, segundo a organização Repórteres sem Fronteiras (RSF).