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China está "fortemente insatisfeita" com menção a disputas territoriais do G7

27/05/2016 07h31

Pequim, 27 mai (EFE).- O governo chinês afirmou nesta sexta-feira estar "fortemente insatisfeito" com a decisão da cúpula do G7 de incluir sua "preocupação" sobre a situação nos mares da China Meridional e da China Oriental em uma declaração adotada ao término da cúpula de Ise-Shima (Japão).

"Esperamos que o G7 possa adotar uma postura neutra, mantenha seu compromisso de não tomar posições em assuntos territoriais e pare de fazer considerações irresponsáveis", declarou hoje Hua Chunying, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China.

Em entrevista coletiva em Pequim, Hua instou o G7 a "fazer mais para contribuir à estabilidade" no Pacífico, e disse que os líderes do grupo "deveriam concentrar-se nos assuntos econômicos".

A cúpula do G7 enfatizou hoje em sua declaração conjunta a importância de "resolver as disputas de forma pacífica", assim como de "reforçar a segurança marítima através da cooperação regional e internacional".

Apesar de o documento final não incluir nenhuma menção concreta à China nem a seus movimentos na região, como a construção de ilhas artificiais ou instalação de plataformas de mísseis, Hua vestiu a carapuça e reiterou que "nossa soberania (nessas águas) é legítima e acima de qualquer reprovação".

"Alguns países tentam difamar a China sob o pretexto da livre navegação. Mas, de fato, cada vez mais países e organizações estão mostrando seu apoio à China na ideia de que as disputas devem ser resolvidas através do diálogo", acrescentou.

A porta-voz também considerou que o Japão "utilizou a cúpula para aumentar as tensões no mar da China Meridional: isso não é o que o G7 deveria fazer como plataforma econômica".

Quanto à parte econômica da declaração, que reconhece a existência de um arrefecimento global motivado pela freada forte da China e os emergentes e a aposta em reforçar "políticas econômicas de forma cooperativa", Hua defendeu os esforços de Pequim para impulsionar reformas em seu modelo.

"Muitos países falam de reformas estruturais, mas a China está fazendo verdadeiros esforços para colocá-las em andamento e exercer liderança", destacou.

A porta-voz pôs depois o foco na cúpula do G20 que a China receberá em setembro, e disse que espera que então "todos possam exercer um papel construtivo e trazer vitalidade à economia global". EFE

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