Desigualdade é raiz de gestações adolescentes no Cone Sul, afirma ONU
Assunção, 27 mai (EFE).- A desigualdade socioeconômica, étnica e educativa se encontra na raiz dos números de gestações adolescentes no Cone Sul da América, região que concentra 1,25 milhão partos do total de 14 milhões por mães entre 15 e 19 anos de todo o mundo, segundo um relatório da ONU.
Os dados são do primeiro estudo sobre maternidade e fecundidade adolescente no Cone Sul, elaborado pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), que se refere a Brasil, Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai, e que foi apresentado nesta sexta-feira em Assunção.
O relatório detalha que em todos os países da região as taxas de fecundidade adolescente caem à medida em que aumenta a renda familiar.
Além disso, em países como o Brasil, a maternidade adolescente em indígenas é duas vezes maior do que na população não indígena, e tanto em território brasileiro como no Uruguai é registrada uma maior proporção de adolescentes mães entre mulheres negras.
No Paraguai se observa que a porcentagem de gestações é maior em casas onde só se fala a língua guarani, cooficial no país junto com o espanhol.
Em relação ao local de residência, o estudo conclui que as regiões mais ricas e as áreas urbanas apresentam taxas de fecundidade mais baixas do que as zonas rurais ou empobrecidas.
A respeito da educação, em todos os países os níveis de absentismo escolar, analfabetismo e baixa instrução são maiores entre as mães adolescentes, e estão relacionados às dificuldades das menores de idade de continuar estudando quando ficam grávidas e às altas taxas de abandono escolar antes da gravidez.
As desigualdades econômicas e o acesso à educação influenciam nos dois fatores diretamente vinculados à gravidez: a iniciação sexual e a falta de uso de anticoncepcionais.
A iniciação sexual ocorre mais cedo nas camadas sociais mais baixas, do mesmo modo que as adolescentes com maior nível de instrução são mais inclinadas ao uso de métodos anticoncepcionais.
O relatório enfatiza que mais de 60% das gestações no Brasil não foram planejadas, frente a 30% na Argentina, 45% no Paraguai, mais de 25% no Chile, e 63% das adolescentes da capital uruguaia.
Os parâmetros educativos, assim como as pautas culturais, também influem no desejo das adolescentes de serem mães, explicou Adrianne Salinas, especialista da UNFPA no Paraguai e colaboradora no relatório.
"Para as adolescentes que ficam fora do sistema educacional, seu projeto de vida consiste em concretizar um projeto familiar. Além disso, devido à alta valorização na cultura destes países sobre o fato de serem mães, as adolescentes percebem que ter filhos as fará mudar de status", comentou Salinas.
De acordo com a especialista, a maternidade adolescente não está relacionada apenas com a pobreza, mas sobretudo com o acesso a serviços de saúde e educação.
Por isso, pediu que se harmonizem os programas de educação integral da sexualidade em toda a região, baseados em evidências científicas, e que se capacite os docentes sobre o tema.
Também solicitou que as campanhas voltadas à prevenção de gestações em adolescentes levem em conta os códigos de comunicação próprios desta faixa de idade, e utilizem também as línguas indígenas.
Os dados são do primeiro estudo sobre maternidade e fecundidade adolescente no Cone Sul, elaborado pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), que se refere a Brasil, Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai, e que foi apresentado nesta sexta-feira em Assunção.
O relatório detalha que em todos os países da região as taxas de fecundidade adolescente caem à medida em que aumenta a renda familiar.
Além disso, em países como o Brasil, a maternidade adolescente em indígenas é duas vezes maior do que na população não indígena, e tanto em território brasileiro como no Uruguai é registrada uma maior proporção de adolescentes mães entre mulheres negras.
No Paraguai se observa que a porcentagem de gestações é maior em casas onde só se fala a língua guarani, cooficial no país junto com o espanhol.
Em relação ao local de residência, o estudo conclui que as regiões mais ricas e as áreas urbanas apresentam taxas de fecundidade mais baixas do que as zonas rurais ou empobrecidas.
A respeito da educação, em todos os países os níveis de absentismo escolar, analfabetismo e baixa instrução são maiores entre as mães adolescentes, e estão relacionados às dificuldades das menores de idade de continuar estudando quando ficam grávidas e às altas taxas de abandono escolar antes da gravidez.
As desigualdades econômicas e o acesso à educação influenciam nos dois fatores diretamente vinculados à gravidez: a iniciação sexual e a falta de uso de anticoncepcionais.
A iniciação sexual ocorre mais cedo nas camadas sociais mais baixas, do mesmo modo que as adolescentes com maior nível de instrução são mais inclinadas ao uso de métodos anticoncepcionais.
O relatório enfatiza que mais de 60% das gestações no Brasil não foram planejadas, frente a 30% na Argentina, 45% no Paraguai, mais de 25% no Chile, e 63% das adolescentes da capital uruguaia.
Os parâmetros educativos, assim como as pautas culturais, também influem no desejo das adolescentes de serem mães, explicou Adrianne Salinas, especialista da UNFPA no Paraguai e colaboradora no relatório.
"Para as adolescentes que ficam fora do sistema educacional, seu projeto de vida consiste em concretizar um projeto familiar. Além disso, devido à alta valorização na cultura destes países sobre o fato de serem mães, as adolescentes percebem que ter filhos as fará mudar de status", comentou Salinas.
De acordo com a especialista, a maternidade adolescente não está relacionada apenas com a pobreza, mas sobretudo com o acesso a serviços de saúde e educação.
Por isso, pediu que se harmonizem os programas de educação integral da sexualidade em toda a região, baseados em evidências científicas, e que se capacite os docentes sobre o tema.
Também solicitou que as campanhas voltadas à prevenção de gestações em adolescentes levem em conta os códigos de comunicação próprios desta faixa de idade, e utilizem também as línguas indígenas.
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