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Mulá Mansour arrecadava fundos para o Talibã nos Emirados Árabes

27/05/2016 18h01

Cabul, 27 mai (EFE).- O mulá Akhtar Mansour, líder talibã morto em um bombardeio dos EUA no Paquistão, viajou diversas vezes para os Emirados Árabes Unidos com o objetivo de arrecadar fundos, e ao vizinho Irã com uma identidade falsa para burlar a segurança no Afeganistão, informou o grupo insurgente nesta sexta-feira à Agência Efe.

"É verdade que nosso líder Mansour tinha viajado para países do Oriente Médio várias vezes e a maioria dessas viagens aconteceu entre 2006 e 2008, quando era o responsável pelas finanças da organização", disse o porta-voz talibã, Zabihullah Mujahid.

Estas viagens foram realizadas após "a solicitação de empresários afegãos" procedentes de diferentes países árabes para se reunir com eles nos Emirados, afirmou o porta-voz.

"A maioria de nossos afegãos tem negócios em Dubai e outros países árabes", apontou.

A respeito do Irã, Mujahid afirmou que o líder talibã cruzava o Paquistão por território iraniano, "sozinho" e com identidade falsa, para evitar controles de segurança no sul do Afeganistão.

O bombardeio do drone americano que causou a morte de Mansour no último sábado aconteceu na região do Baluchistão, perto da província afegã de Kandahar.

As viagens por esta região, onde Irã e Paquistão compartilham fronteira, "foram não oficiais sob a identidade falsa que tinha em seus documentos", ressaltou ele em referência a um passaporte paquistanês em nome de Wali Mohammad encontrado no local do bombardeio.

"As autoridades iranianas não tinham conhecimento destas viagens", comentou.

Mansour foi escolhido formalmente como líder dos talibãs em julho do ano passado, quando o governo afegão anunciou que o mulá Mohammed Omar, fundador do grupo, tinha falecido dois anos antes.

O grupo confirmou sua morte quatro dias depois do bombardeio e escolheu como sucessor o mulá Haibatullah Akhundzada, um clérigo especialista em justiça islâmica.