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Banco da Inglaterra oferece 310 bilhões de euros ao sistema financeiro

24/06/2016 07h58

Londres, 24 jun (EFE).- O Banco da Inglaterra disse nesta sexta-feira que preparou 250 bilhões de libras (310 bilhões de euros, em taxas de câmbio atuais) adicionais para sustentar o sistema financeiro do Reino Unido por conta de uma provável vitória do "brexit".

O presidente do banco, Mark Carney, advertiu que a saída da União Europeia (UE) vai envolver um período de "incerteza e ajuste", mas insistiu que a instituição está "bem preparada" com um plano de contingência.

Carney, que tinha avisado previamente dos riscos para a economia que teria abandonar a UE, disse também que a instituição pode proporcionar também "liquidez em divisa estrangeira".

"Esperamos que as instituições utilizem este financiamento quando for apropriado, da mesma forma que esperamos que recorram a seus próprios fundos conforme for necessário para facilitar o crédito, apoiar os mercados e oferecer outros serviços financeiros à economia real", declarou.

O presidente do Banco da Inglaterra explicou que, graças às provas de resistência, os bancos do país estão bem capitalizados para enfrentar inclusive "cenários mais adversos que o que agora enfrenta" o Reino Unido.

As entidades britânicas, disse Carney, arrecadaram mais de 130 bilhões de libras (161,2 bilhões de euros), e têm agora mais de 600 bilhões de libras (745 bilhões de euros) de ativos de qualidade.

"O Banco não duvidará em tomar medidas adicionais se forem necessárias enquanto os mercados se reajustam e a economia britânica avança", afirmou.

Carney acrescentou que os reajustes necessários serão apoiados por um sistema financeiro "resistente" e que foi reforçado nos últimos sete anos, após a crise de crédito global de 2008, que provocou a queda do sistema financeiro britânico e levou o país a uma recessão.

Carney advertiu que levará algum tempo para que o país possa negociar uma nova relação com a Europa e com o resto do mundo.

A vitória do "++brexit++" no referendo sobre a permanência na UE, por 52% dos votos contra 48%, fez o valor da libra esterlina cair 10% em relação ao dólar e provocou uma queda de quase 8% do índice FTSE-100, o principal da Bolsa de Valores de Londres.