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Corbyn descarta renunciar e pede "união" ao Partido Trabalhista

24/06/2016 17h09

Londres, 24 jun (EFE).- O líder do Partido Trabalhista britânico, Jeremy Corbyn, descartou nesta sexta-feira a possibilidade de renunciar ao posto devido às críticas por seu papel na campanha do referendo sobre o futuro do Reino Unido na União Europeia (UE) e pediu "união" aos membros da legenda.

"Vou continuar. Estou defendendo a união, defendendo o que o trabalhismo pode oferecer ao Reino Unido", afirmou ele em entrevista à rede de televisão "Channel 4" ao ser perguntado por sua continuidade à frente do partido.

Corbyn declarou que seu partido deve trabalhar agora para avançar em acordos comerciais do Reino Unido "com a Europa e, certamente, com outras partes do mundo".

"Se não conseguirmos uma boa solução para o tema do comércio, teremos um problema real neste país", ressaltou.

Diversas lideranças do Partido Trabalhista criticaram a falta de entusiasmo de Corbyn, veterano crítico do vínculo com a UE, na hora de tentar convencer os simpatizantes da legenda a votar pela permanência no bloco.

Duas deputadas trabalhistas, Margaret Hodge e Ann Coffey, enviaram hoje ao presidente de sua bancada parlamentar, John Cryer, uma carta na qual pedem que ele se submeta a uma moção de confiança.

"O referendo europeu era um teste de sua liderança. Acredito que Jeremy reprovou nesse exame", disse Hodge à rede "ITV".

"Começou muito devagar, foi pouco entusiasmado na campanha, e os eleitores trabalhistas simplesmente não entenderam a mensagem", acrescentou.

Corbyn, por sua vez, pediu à deputada que "pense por um momento" se quer levar a moção adiante.

"Um primeiro-ministro 'tory' (David Cameron) renunciou, o Reino Unido votou para deixar a União Europeia, há enormes problemas políticos que devem ser atendidos. É realmente uma boa ideia abrir um grande debate no Partido Trabalhista quando fui eleito há menos de um ano?", questionou.

Corbyn recebeu o apoio de alguns dos maiores sindicatos britânicos, entre eles Unite e Unison, que cobraram que o partido se una em torno de seu principal líder.