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Papa pede paz no Cáucaso e rejeita "força enganosa da vingança"

25/06/2016 14h54

Yerevan, 25 jun (EFE).- O papa pediu paz e reconciliação na Armênia neste sábado, país que mantém tensas relações com a Turquia e Azerbaijão e pediu, sobretudo aos jovens, que não se deixem "absorver pela força enganosa da vingança" para o futuro.

"A memória, transpassada pelo amor, é capaz de adentrar por atalhos novos e surpreendentes, onde as tramas do ódio se transformam em projetos de reconciliação, onde se pode esperar um futuro melhor para todos", disse o pontífice em um encontro pela paz realizado na capital armênia, Yerevan.

"Fará bem a todos se comprometer a sentar as bases de um futuro que não se deixe absorver pela força enganosa da vingança; um futuro onde não nos cansemos de criar as condições pela paz".

Neste sentido, Francisco encorajou as jovens gerações a se transformarem em "promotoras ativas de uma cultura do encontro e da reconciliação", ao invés de serem "notárias do 'status quo'".

"Que Deus abençoe vosso futuro e faça com que seja retomado o caminho de reconciliação entre o povo armênio e o povo turco, e que a paz brote em Nagorno Karabakh", proclamou o papa, como já o fez em uma missa realizada em abril de 2015 no Vaticano.

Deste modo, Francisco fez uma chamada à paz em uma região, o Cáucaso meridional, que atravessa uma tensa situação devido, sobretudo, às desavenças entre Armênia e sua vizinha no oeste, Turquia, e pelo leste com o Azerbaijão.

Com o primeiro país mantém uma histórica inimizade devido sobretudo ao massacre de um milhão e meio de armênios que habitavam em Anatólia e que morreram durante as deportações maciças orquestradas pelo Império Otomano a partir de 1915.

Com o Azerbaijão, próximo aliado de Ancara, Yerevan mantém um frágil e frequentemente quebrado cessar-fogo desde 1994 por uma disputa territorial em relação com a região do Nagorno Karabakh, que explodiu após a desintegração do URSS.

Neste encontro, realizado na praça da República da capital armênia, esteve presente o presidente do país, Serzh Sargsyan, e participaram milhares de pessoas.

A viagem do pontífice à Armênia, que começou na sexta-feira passada, terminará amanhã precisamente com um ato diante da fronteira turca, no mosteiro de Khor Virap, onde soltará pombos brancas junto ao patriarca.

Além disso, esta visita ao país se entende como uma primeira etapa de uma viagem ao Cáucaso, já que de 30 de setembro a 2 de outubro Francisco deve viajar à Geórgia e Azerbaijão.