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Armas para rebeldes sírios são roubadas por agentes jordanianos

26/06/2016 23h43

Nova York, 26 jun (EFE).- Várias armas enviadas por CIA (agência de inteligência americana) e Arábia Saudita para a Jordânia destinadas aos rebeldes sírios foram roubadas de forma sistemática por agentes jordanianos e vendidas no mercado negro, segundo uma investigação conjunta divulgada neste domingo por "The New York Times" e "Al Jazeera".

O roubo e revenda de armas, incluindo rifles de assalto Kalashnikov, morteiros e granadas impulsionadas por foguetes, deram lugar a uma avalanche de novas armas no mercado negro de armas, informaram funcionários americanos e jordanianos a ambos os veículos de imprensa.

Algumas das armas roubadas por agentes de inteligência jordanianos foram utilizadas em um tiroteio em novembro do ano passado no qual morreram dois americanos e outras três pessoas de um centro de formação da Polícia em Amã, segundo pessoas familiarizadas com a investigação.

Os investigadores não sabem o que aconteceu com a maior parte das armas, que acabaram em diversos grupos, incluindo redes criminosas e tribos jordanianas rurais, que utilizam os bazares de armas para seus arsenais, acrescentaram os veículos de imprensa.

Os traficantes de armas também as compram nos bazares para enviá-las para fora da Jordânia, segundo a investigação.

O roubo sistemático põe em destaque, segundo os meios de imprensa, as consequências não previstas dos programas para armar e treinar os rebeldes sírios contrários ao governo - o tipo de programa que CIA e Pentágono realizaram durante décadas.

Fontes do governo jordaniano rejeitaram como "absolutamente incorreta" a implicação de agentes nos roubos de armas.

A CIA, por sua vez, não quis fazer comentários a respeito, segundo o "Times".

O programa de formação, que em 2013 começou a armar diretamente os rebeldes sírios é comandado pela CIA e por vários serviços de inteligência árabes com o objetivo de criar forças que se oponham ao presidente Bashar al Assad, acrescentou o jornal americano.

Estados Unidos e Arábia Saudita são os maiores contribuintes, com os sauditas contribuindo com armas e grandes somas de dinheiro e a CIA com operações paramilitares que tomam a iniciativa na formação dos rebeldes para usar Kalashnikov, morteiros, mísseis antitanque guiados e outras armas, segundo o "NYT".