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Hamas desaprova acordo de reconciliação entre Israel e Turquia

27/06/2016 09h22

Gaza, 27 jun (EFE).- Membros do movimento islamita Hamas rejeitaram nesta segunda-feira o pacto entre Israel e Turquia que põe fim a seis anos de tensões diplomáticas causadas pelo ataque israelense à pequena Frota de Gaza, no qual morreram 10 ativistas turcos.

"O Hamas não aceita e nem abençoa o acordo que a Turquia alcançou com a Ocupação israelense (Israel), e o movimento não tem relação com ele. É uma decisão turca que rejeitamos", escreveu um veterano membro do grupo, Osama Hamdan, em sua página do Facebook ao mesmo tempo em que insistiu que o Hamas "renova suas objeções à normalização com a Ocupação".

Por sua vez, Sami Abu Zuhri, o porta-voz oficial do movimento islamita palestino, não quis dar uma resposta oficial ao pacto embora tenha garantido que durante o dia será divulgado um comunicado.

No fim de semana, dirigentes do Hamas visitaram Ancara para ser ficar a par do acordo.

O analista palestino Mustafá Sawaf comentava hoje em sua coluna do jornal "Falastine" (Palestina), afim ao Hamas, que apesar de o movimento islamita "não estar satisfeito com o acordo porque não levanta total e completamente o bloqueio israelense imposto sobre Gaza há 10 anos, considera que o relaxamento e alívio do mesmo são uma conquista positiva para sua total eliminação".

"O Hamas ainda mantém bons laços com a Turquia e espera poder seguir ajudando e pondo mais pressão em Israel no futuro para levantar completamente o bloqueio", afirma.

Turquia e Israel anunciaram hoje a um acordo para retomar suas relações diplomáticas e intercambiar embaixadores o mais rápido possível, anunciaram o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, e o israelense, Benjamin Netanyahu.

Segundo divulgaram os veículos de imprensa, a condição imposta pela Turquia que mais atrasou o pacto foi o levantamento do bloqueio israelense a Gaza, finalmente resolvido mediante uma flexibilização que permite à Turquia enviar ajuda humanitária e construir infraestruturas na Faixa.

No entanto, o primeiro-ministro israelense afirmou que, apesar de seu colega turco indicar que o bloqueio seria "amplamente levantado", a medida seguia de pé embora tenha sido permitido a entrada de ajuda humanitária ao enclave através de portos israelenses.